E se em Valongo existir o maior complexo mineiro romano do mundo?

Associação não-governamental tem relatos de que existirá, a nível substerrâneo, algo "muito grande", que deve ser estudado.

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Alguns vestígios das minas romanas em Valongo ADRIANO MIRANDA

O Clube de Montanhismo Alto Relevo, que este fim-de-semana promove em Valongo um congresso de mineração romana, acredita que no subsolo deste concelho e dos de Paredes e Gondomar exista "o maior complexo mineiro romano do mundo".

"Relatos de especialistas na mineração romana apontam que Valongo tem o maior complexo mineiro romano a nível de mineração primária, ou seja, subterrânea. E a área de mineração romana estende-se para Paredes e Gondomar. O nosso objectivo é proporcionar os estudos [científicos] sobre o complexo para que este seja classificado", indicou à agência Lusa um dos responsáveis do clube, Vítor Gandra.

O Alto Relevo, uma organização não-governamental ligada ao ambiente, faz estudos espeleológicos nas serras, tendo encontrado em Valongo, mais propriamente na encosta norte de Santa Justa, centenas de cavidades com cerca de 20 séculos de existência, as quais constituem a marca presente sobre um passado dedicado à exploração de minério.

Segundo Vítor Gandra, "um dos objectivos da associação é fazer a ponte entre a espeleologia [técnicas para aceder às cavidades] e o mundo científico", dando as ferramentas necessárias aos estudiosos para que estes possam desenvolver trabalhos que culminem na classificação do complexo mineiro.

O clube também pretende envolver a população e as entidades locais e distritais neste objectivo, destacando, aliás, do programa do congresso, quer a apresentação sobre a Associação Parque das Serras do Porto, criada recentemente para promover o "pulmão verde" da área metropolitana, quer as visitas às serras que vão decorrer domingo de manhã em Valongo, Paredes e Gondomar.

"Temos a noção de que poderemos ter debaixo dos nossos pés algo muito grande que pode ser interessante em vários aspectos, nomeadamente turísticos. Esta associação poderá ter uma palavra importante na classificação [do complexo] e dar-lhe um impulso", observou Gandra.

O Segundo Congresso de Mineração Romana e Espeleologia contará com especialistas de áreas como geologia, arqueologia e engenharia de minas, bem como de pessoas sem formação académica nestes temas mas que têm mostrado interesse na área. A organização aponta para cerca de 200 inscritos. 

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