Maria Assunção, de 74 anos, estava na cozinha da sua casa quando, a meio da tarde, foi surpreendida pela derrocada parcial de uma casa vizinha. "Caiu-me o tecto na cabeça", disse a moradora do número 132, da Travessa de Fernão de Magalhães, no Porto, ao PÚBLICO, já depois de ter sido vista por elementos do INEM. 

A casa onde Maria Assunção habitava ficou sem quaisquer condições de habitabilidade e o seu realojamento, através da Emergência Social estava já a ser tratado, ao final da tarde, no caso de não haver uma solução familiar para a idosa.

O alerta para a derrocada chegou ao Batalhão de Sapadores Bombeiros (BSB) pelas 16h56, e apesar de, desde o primeiro momento, haver a indicação de que a pessoa presa no interior da casa estaria "bem", seria preciso abrir caminho para a auxiliar a sair. A idosa acabaria por abandonar a casa através do quintal dos vizinhos, nas traseiras das habitações térreas. Apesar de ter um inquilino, Maria Assunção estava sozinha no momento do acidente e, já depois de ter sido assistida, no local, pelo INEM, a pequenas escoriações causadas pelos estilhaços da queda, continuava, de avental e preocupada, junto à habitação térrea onde já não poderá pernoitar e que, através de uma abertura na porta, deixava ver o interior coberto de entulho e ferros caídos. Uma vizinha explicou ao PÚBLICO que a desalojada "não queria sair dali", porque o gato, Quico, tinha fugido e ainda não aparecera. 

A casa cuja empena lateral tombou para cima da casa de Maria Assunção, com o número 124, está devoluta e emparedada há vários anos. A idosa diz que a habitação está vazia "há mais de 30 anos" e que nem sequer se sabe quem é o proprietário. Já a sua casa, onde mora desde 1971, está agora praticamente destruída.

No local estiveram, além do BSB, elementos do INEM, da PSP, da Protecção Civil e também da empresa municipal de habitação Domus Social.