Decisão “ambígua” do Governo volta a unir o Algarve na rejeição à exploração de petróleo

Além da destruição da principal actividade económica regional, o Conselho Regional do Algarve defende que está em causa um “atentado à qualidade de vida das populações”.

Foto
Vítor Aleixo é o presidente do Conselho Regional do Algarve, além de presidente da Câmara de Loulé

O Conselho Regional do Algarve (CRA), órgão de consulta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, aprovou, por unanimidade, uma posição contra a exploração de petróleo e gás, em terra e no mar. Em termos ambientais, este órgão, onde estão representados os autarcas e mais duas dezenas de organizações económicas e sociais, insurge-se contra a implantação da indústria petrolífera na região. “Constituiria um desastre”, afirmam. Além da destruição da principal actividade económica regional, sublinham,  representaria um “atentado à qualidade de vida das populações”.

O aparente recuo do Governo, ao pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República sobre os últimos contratos, não satisfaz os autarcas. “Subsistem ambiguidades das entidades responsáveis”, acusa o CRA, presidido por Vítor Aleixo, socialista, também presidente da Câmara de Loulé. As iniciativas “ambíguas”, alerta, “podem ter como objectivo adormecer as vozes opositoras e desmobilizar a luta, para criar situações irreversíveis e factos consumados”. Por fim, é feito um apelo à continuação da mobilização pública nesta causa que uniu todas as forças da região. “Não nos iludamos: ninguém investe milhões em prospeções sem a perspetiva da exploração.” O CRA defende, em alternativa, uma aposta “sem tibieza” nas energias renováveis, em especial na energia solar, eólica e das marés.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários