Os caminhos do Gerês voltam a encher-se de bruxas

Participantes no “Trilho das Bruxas” vão participar numa caminhada, assistir à encenação de lendas e conhecer um "bruxo". O melhor mesmo é ir preparado para enfrentar a noite mais assustadora do ano.

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A terceira edição do “Trilho das Bruxas”, no Gerês, acontece na noite de sábado, dia 29 de Outubro. Ainda não é a verdadeira noite de Halloween – que só se comemora a 31 de Outubro –, mas promete ser a mais assombrosa do ano na região. O programa do evento, que dura das 19h à meia-noite, volta a incluir uma caminhada nocturna, a recriação de lendas locais, uma receita de bruxaria com direito a um exorcismo e outras brincadeiras do género.

O evento é organizado pela Gerês Viver Turismo – Associação de Defesa e Promoção do Gerês, uma associação sem fins lucrativos cujo principal objectivo é promover e divulgar o Gerês enquanto destino de eleição. “É bom dinamizar este destino turístico fora da época alta porque sabemos que tem determinados recursos que podem ser aproveitados para esta actividade”, contou ao PÚBLICO Jorge Coelho, da Gerês Viver Turismo.

Embora o Halloween, descendente do antigo ritual celta Samhain, não seja uma das comemorações mais populares no país, já começa a ter bastantes adeptos. No caso do Trilho das Bruxas, leva ao Gerês fãs de todo o lado. “Já conseguimos perceber que a maioria dos participantes é de fora de Terras de Bouro, é da zona norte mas do Porto, Famalicão, Aveiro, e também alguns de Lisboa e de outros locais”, explicou Jorge Coelho.

Do norte ao sul, são cada vez mais os amantes das bruxas, mortos-vivos, vampiros, lobisomens e companhia ilimitada que se vestem a rigor para celebrarem a ocasião. “No 1º ano as pessoas não vieram mascaradas, mas no 2º mais de 50% vieram e isso alterou o ambiente. Houve mais curiosidade e alegria quando as pessoas estavam mascaradas”. A organização aconselha, assim, que este ano aqueles que adiram ao evento voltem a ir disfarçados. No entanto, avisa que também é importante levarem uma lanterna e roupa e calçado adequados para andarem na montanha e para as condições climatéricas que se fizerem sentir.

A caminhada nocturna

O que podem esperar aqueles que se quiserem aventurar no bosque sombrio ao cair da noite? “Ao longo do percurso, vão poder assistir a recriações de cinco lendas daquela área , como a Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”, revela Jorge Coelho. Para os menos entendidos, conta a lenda que “há muitos anos, havia quem dissesse que tinha visto aparecer no bosque um cavaleiro sem cabeça, junto a um riacho. Por isso, vamos ter um cavalo a sério e um cavaleiro sem cabeça, que aparece do meio do nada”. Em certos pontos específicos, as pessoas vão parar e os guias, ou narradores, explicarão em que consistem as lendas, enquanto estas estão a ser representadas. “A caminhada só por si já é diferente e muito interessante, mas ainda temos essas paragens com as recriações, com dois ou três actores amadores”.

Mas não há razão para temer o percurso em si: apesar de se fazer de noite e no meio do arvoredo, contará com segurança apertada e acompanhamento constante de guias especializados. “Temos outras cinco empresas de animação turística associadas à nossa empresa. Os guias são profissionais dessas empresas e têm um conhecimento absoluto da área”, garantiu o organizador.

Uma vez que há um número limite de entradas (400), quem queira inscrever-se tem até ao dia 26 para o fazer através  do email vivergeres@gmail.com. Os fãs das bruxas e dos sustos com menos de 12 anos não pagam entrada, mas também têm de reservar lugar. Os participantes serão distribuídos por dez grupos de 40 membros.

A feirinha das bruxas                   

A partir das 19h, há ainda a “Feirinha das Bruxas”, onde se pode desfrutar dos comes e bebes e receber um prémio, um copo alusivo ao evento. Haverá ainda a oportunidade de assistir à preparação da “queimada”. “Vamos ter um 'bruxo' que faz uma determinada receita, a chamada queimada, num caldeirão. É uma bebida alcoólica, é posta a arder e depois é servida a quem quiser experimentar”, desvendou Jorge Coelho. Além de especialista em bebidas, este feiticeiro também é dotado na arte do espiritismo (leia-se, exorcismos). “O esconjuro que ele vai fazer é composto por um conjunto de rezas, ou palavras, que muita gente atribuía a uma espécie de bruxaria ou coisa parecida”.

Entre repetições das receitas usadas nos anos anteriores e a aposta em novidades, este ano o objectivo é manter ou subir o número de participantes e esperar que o tempo coopere e a chuva não tente estragar a diversão humana e sobrenatural.

Texto editado por Ana Fernandes

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