CpC diz haver discrepâncias entre o projecto e declarações de Machado sobre Via Central

Movimento leva proposta de referendo sobre abertura de uma via nos terrenos da Metro Mondego à próxima Assembleia Municipal.

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O movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) diz que as declarações do presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, sobre a intervenção para abrir a Via Central não correspondem ao previsto no projecto aprovado em Fevereiro.

O projecto aprovado pelo executivo camarário na reunião de 29 de Fevereiro estipula que, para a “abertura do «canal» (…), será condição a prévia demolição e reconstrução dos edifícios onde estão instaladas a Farmácia Luciano e Matos, a Pastelaria Palmeira e a antiga Democrática”.  

Nas declarações à comunicação social na semana passada e na reunião de câmara da última segunda-feira, o autarca referiu que iria ser demolido um prédio (o da Metro Mondego) e o “miolo de outros dois” (o da farmácia e o da pastelaria), procedendo-se à manutenção das fachadas destes edifícios situados na rua da Sofia. Machado garantiu na reunião do executivo que o que tinha previamente afirmado aos jornalistas “corresponde ao projecto” aprovado e ao que está previsto na Declaração de Impacte Ambiental.

O vereador eleito pelo movimento, José Augusto Ferreira da Silva classifica as explicações do presidente como “confusas e contraditórias” sem que o autarca assuma “de forma clara e inequívoca a revogação da deliberação” de Fevereiro.

Em conferência de imprensa, vereador disse aos jornalistas nesta terça-feira que “fica assim claro que a execução do projecto vai ser o que o presidente da câmara quiser”. O movimento lançou uma petição com o objectivo de defender o referendo que, segundo os elementos do CpC, ultrapassa os mil subscritores. Como o referendo por iniciativa popular exige 5000 assinaturas para ser convocado, o vereador eleito pelo CpC explica que as subscrições recolhidas servem apenas como suporte dos cidadãos de Coimbra.

A pergunta proposta pelo CpC para levar a referendo pretende indexar a abertura da Via Central à construção de um canal para o metro, a um programa de regeneração urbana e à preservação dos edifícios na rua da Sofia.

Na semana passada, Manuel Machado justificava a intervenção com a necessidade de “terminar com a chaga social e humana” aberta pelas demolições de 2005, com o objectivo de abrir passagem para o Metro Mondego, que nunca chegou a existir. Citado pela Lusa, o autarca socialista acusava os opositores ao projecto da Via Central de terem “uma postura reacionária e retrógrada, cínica e hipócrita”.

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