Cheiro incomodativo alastrou no Grande Porto

Procedimento comum de limpeza de tubos na Petrogal, de Leça da Palmeira, esteve na origem de muitos alertas dirigidos à Protecção Civil.

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Os serviços da Protecção Civil foram esta quinta-feira alertados por moradores de vários concelhos do Grande Porto, com perguntas sobre um cheiro intenso que se sentia em pontos localizados a vários quilómetros de distância uns dos outros, e que se verificou ter origem na refinaria da Petrogal, em Leça da Palmeira. O primeiro alerta chegou ao Centro Distrital de Operações de Socorro do Porto por volta das 18h15.

Inicialmente, os moradores na zona assumiram que se trataria de uma fuga de gás na empresa Gasin, de Perafita, Matosinhos, pelo que chegou a ser destacado o corpo de Bombeiros de Leixões para acorrer ao local e aferir se era realmente essa a origem do problema. Fonte desta corporação revelou, contudo, ao PÚBLICO, que depressa se concluiu que a origem do cheiro não estava na Gasin. Nem na ETAR de Leça da Palmeira, igualmente em Matosinhos, que também visitaram.

Foi perto da Petrogal que perceberam que era esta neste complexo que se encontrava a explicação para o problema. No entanto, constatou-se que não estava em causa qualquer fuga de gás, como se chegou a recear, mas sim a libertação de um cheiro decorrente de um procedimento normal de limpeza de condutas.

Neste processo, a Petrogal inseriu  nas suas condutas um químico cuja combustão foi a causa do cheiro intenso. O alastrar do odor deveu-se à orientação do vento, que o levou para terra, tendo sido sentido em Matosinhos, Maia e Porto.

O presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, criticou hoje o "comportamento inqualificável" da Galp por não ter informado a autarquia da situação. O autarca ainda disse à Lusa que vai pedir explicações sobre o que se passou, lamentando que a Galp não tenha tentado "procurar junto dos poderes locais uma cooperação que [permitisse] tranquilizar a população ou tomar outras medidas".

Por seu lado, o porta-voz da Galp, Pedro Marques Pereira, explicou, sem reagir às declarações de Guilherme Pinto, que o que ocorreu foi uma "ineficiência no processo que foi prontamente resolvida sem quaisquer consequências para além da libertação de odores".

O cheiro a gás levou, inclusive, a que fossem accionados os procedimentos de segurança internos da Unicer, em Leça do Balio, a cerca de 14 quilómetros de distância, resultando na evacuação de edifícios daquela empresa, como referiu à Lusa fonte oficial.

Texto editado por José António Cerejo

Actualizado às 14h20 do dia 12 de Fevereiro com as declarações do presidente da Câmara de Matosinhos e da Galp

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