Autoridade vai monitorizar a Resende, empresa de transportes de Matosinhos

Empresa tem vindo a ser notícia devido a acidentes com os seus autocarros, nomeadamente incêndios em veículos que circulam na zona do Grande Porto. O último registou-se na quinta-feira em Valongo.

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Fernando Veludo/NFACTOS

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) alertou esta quinta-feira que vai monitorizar as recomendações feitas à operadora de transportes Resende, no âmbito de uma auditoria que demonstrou ter havido um aumento de sinistralidade na ordem os 33%.

Em causa está um operador rodoviário de transporte de passageiros que tem vindo a ser notícia devido a acidentes com os autocarros que integram a sua frota, nomeadamente incêndios em veículos que circulam na zona do Grande Porto, tendo o último sido registado quinta-feira em Valongo.

Esta quinta-feira a AMT, em nota remetida à agência Lusa, conta que elaborou um relatório final com dez recomendações na sequência de uma auditoria realizada à empresa em Outubro de 2016 e que enviou o relatório preliminar a 8 de maio, estando previsto "promover oportunamente uma monitorização das recomendações formuladas".

O relatório dá nota de que houve um "aumento na sinistralidade de 2016 face a 2015, da ordem de 33%", ainda que aponte que os "acidentes não se encontram classificados por gravidade", sendo a principal causa apontada "a elevada taxa de rotatividade da categoria de motoristas".

Soma-se o facto de a Resende - empresa que desenvolve a sua actividade de serviço público de transporte de passageiros maioritariamente no concelho de Matosinhos e detém 60% das carreiras do concelho, com um quadro de pessoal de 179 colaboradores - estar em processo de certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade.

E, conta a AMT, para continuar a explorar as atuais carreiras, até 3 de Dezembro de 2019, a Resende assinou um acordo com a Câmara de Matosinhos e a AMP que refere o "compromisso" de investir em material circulante, "com o objectivo de uma gradual renovação e melhoria da totalidade da frota".

"[A empresa] apresentou um plano de acções a desenvolver até ao final de 2017", descreve a nota da AMT que reforçou que vai monitorizar a operadora de transporte de passageiros, um anúncio que a Área Metropolitana do Porto (AMP) vê "com agrado".

"Para nós o relatório é de grande utilidade, porque nos permite ter acesso a aspectos que são preocupações nossas", disse à Lusa Avelino Oliveira, secretário da comissão executiva com a responsabilidade da área dos transportes na AMP.

Na última sexta-feira, a AMP mostrou-se "preocupada" com um acidente envolvendo a transportadora de passageiros Resende em Matosinhos e avançou ser necessário avaliar a concessão daquela empresa que vigora até ao final de 2017.

"Temos tido informações preocupantes, esta é mais uma e já solicitei ao vereador [dos transportes] e ao presidente [da Câmara de Matosinhos] o agendamento de uma reunião no sentido de avaliarmos o ponto de situação da Resende e o acordo existente com a Área Metropolitana e com a Câmara de Matosinhos", disse, à data, Avelino Oliveira.

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