Autocarro da Resende incendiou-se na A28

Incêndio teve origem no motor e alastrou-se aos bancos traseiros da viatura. No historial do principal operador de transportes urbanos do concelho há outros registos de casos semelhantes. O autocarro seguia com passageiros, mas não houve feridos.

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A empresa tem sido alvo de muitas queixas sobre a qualidade do serviço e do material circulante Fernando Veludo/NFACTOS

Um autocarro da Resende pegou fogo esta quinta-feira à noite na A28, perto da Exponor, em Matosinhos. O motor do veículo, que seguia, com passageiros, na direcção norte-sul, terá incendiado em andamento, o que motivou a imobilização forçada na berma, onde continuou a arder. O fogo terá alastrado aos bancos traseiros da viatura. Os passageiros terão sido retirados com a ajuda do motorista. Do acidente não resultaram feridos.

De acordo com o segundo comandante do Corpo de Bombeiros de Matosinhos-Leça, Luís Silva, o alerta foi dado cerca das 20h40. Quando a corporação chegou ao local o fogo ainda não tinha sido extinto. Os passageiros já se encontravam fora da viatura. Segundo a mesma fonte, ainda antes de os meios de socorro chegarem ao local, o motorista do autocarro terá auxiliado os passageiros a sair do veículo.

Desconhece-se para já a causa do incêndio. Os bombeiros adiantam apenas que o fogo terá tido origem no motor da viatura, tendo posteriormente chegado aos bancos traseiros, que ficam por cima do mesmo.

Este não é um caso isolado no historial do principal operador de transportes urbanos do concelho. Este episódio soma-se a inúmeros acontecimentos que vão sendo denunciados pelos utentes, que se queixam de avarias constantes e, nomeadamente, de outros incêndios em viaturas. A empresa tem sido alvo de muitas queixas sobre a qualidade do serviço e do material circulante.

Em Maio deste ano, a empresa comprometeu-se a renovar a frota com a substituição de 19 autocarros, no sentido de cumprir o memorando estabelecido pela Câmara de Matosinhos na sequência da alteração legislativa que confere poderes às autarquias em matéria de concessão de transportes, que neste caso foi delegada à Área Metropolitana do Porto (AMP). A AMP prevê autorizar a manutenção do regime de exploração, a título provisório, dos operadores privados até 3 de Dezembro de 2019. Para que a Resende continue a operar, foi imposto um conjunto de condições. Qualquer incumprimento do que foi acordado pode pôr em causa a circulação das viaturas deste operador.

Em Outubro, na sequência de um acidente mortal que envolveu um autocarro da Resende, foi solicitada pela AMP uma inspecção extraordinária ao material circulante da empresa, levado a cabo pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes. A inspecção, que poderá pôr em causa a circulação das viaturas deste operador no concelho, já foi iniciada, mas ainda não foi deliberada qualquer decisão.

A Resende, contactada pelo PÚBLICO, não se mostrou disponível para comentar o incidente.

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