Amorim Pereira: “Não tenho nada a ver com os meninos do PSD da concelhia”

Vereador do PSD na Câmara do Porto diz ser "absolutamente falso" ter estado ausente no estrangeiro e que só faltou à reunião por estar doente.

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Amorim Pereira não está preocupado com eventual retirada de confiança política Diogo Baptista/Arquivo

O vereador social-democrata da Câmara do Porto Amorim Pereira diz ser “absolutamente falso” que alguma vez tenha dado indicações para ser substituído na reunião do executivo desta terça-feira ou que estivesse ausente no estrangeiro a fazer mergulho, conforme foi afirmado, nesta manhã, por outros membros do partido. Em declarações ao PÚBLICO, o primeiro vereador do PSD considera ainda ser “de uma pobreza de espírito impressionante dizerem que retiram a confiança política quando já a retiraram”. E atira: “Não tenho nada a ver com os meninos do PSD da concelhia do Porto”.

Amorim Pereira reagia assim à situação caricata que marcou o arranque da reunião da Câmara do Porto desta terça-feira, quando Ricardo Almeida (PSD) viu recusado o pedido feito ao presidente Rui Moreira para que permitisse a substituição do primeiro vereador do partido, que se encontrava ausente, por Andreia Júnior, presente na sala. O presidente disse que não o faria, por ter recebido um e-mail, no dia anterior, do primeiro vereador do PSD, garantindo que estaria presente na reunião.

No documento, distribuído aos jornalistas, Amorim Pereira admite que chegou a considerar não estar presente no encontro desta manhã, mas que afinal iria conseguir participar. E recusa qualquer substituição que, diz, não solicitou. Ricardo Almeida e Andreia Júnior contestaram estas palavras, dizendo que o vereador estava ausente “no estrangeiro”, com a segunda a afirmar mesmo que ele estava “a fazer mergulho”. Ao PÚBLICO, Amorim Pereira diz que tudo isto é “absolutamente falso”.

O vereador garante que julgou que um compromisso profissional o impediria de ir à reunião, mas que nessa altura não solicitou a substituição, por ser um procedimento a que recorre “mais em cima da hora”, por ser “essa a prática”. Ultrapassado esse “impedimento profissional”, julgou que poderia estar presente, mas foi impedido por se encontrar doente, disse. Questionado sobre o porquê de não ter, ainda assim, e durante a manhã desta terça-feira, avisado da sua doença e permitir a substituição, Amorim Pereira argumentou: “Ainda prezo mais a minha saúde, acha que a primeira prioridade, quando nem sequer me podia mexer, era estar a tratar da substituição?”.

Para Amorim Pereira, a reacção de Andreia Júnior à impossibilidade de o substituir – o que a impediu de questionar Rui Moreira sobre o processo Selminho, discutido no executivo – não passa de um “fait-divers”. E sobre a possibilidade de lhe ser retirada a confiança política, diz não estar preocupado. “Como já me retiraram essa confiança, seria uma dupla negativa, o que implicaria que iriam voltar a dar-me confiança”, ironizou.

Já sobre o processo Selminho, Amorim Pereira, que é advogado, diz que a questão recentemente suscitada sobre a procuração passada por Rui Moreira, enquanto presidente de câmara, no âmbito de um processo que envolve uma empresa dele próprio e da sua família, não passa de uma “bagatela jurídica”, que resulta “da pobreza das políticas de oposição agora que se aproximam as eleições”.

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