Almada celebra meio século de Ponte 25 de Abril em veleiros e fragata

Quatro embarcações vão ser o palco das celebrações dos 50 anos da Ponte 25 de Abril, em Cacilhas, Almada. De 4 a 6 de Agosto, a zona junto ao terminal fluvial de Cacilhas festeja a união das duas margens com música e fogo-de-artifício.

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Ponte foi inaugurada a 6 de Agosto de 1966 Enric Vives-Rubio

Há quase cinco décadas, a 6 de Agosto de 1966, a Ponte 25 de Abril era inaugurada e as duas margens, divididas pelo rio Tejo, ficavam mais próximas. João Lúcio, presidente da Associação Portuguesa de Treino de Vela (Aporvela), recorda-se perfeitamente do dia e ainda guarda a medalha comemorativa que foi distribuída na inauguração. "Não havia tanto tráfego como hoje", lembrou. Talvez por isso se tenha deixado levar pela emoção que sentiu e tenha atravessado a ponte, para lá e para cá. Não sabe ao certo quantas vezes atravessou a ponte naquele dia. Sabe que “foram mais de quatro, seguramente mais do que precisava”, conta. “Foi um dia muito marcante. Estava radiante.” Agora, 50 anos depois, João Lúcio marca novamente presença nas comemorações da sua inauguração como presidente da Aporvela. De 4 a 6 de Agosto, o terminal fluvial de Cacilhas torna-se o palco das comemorações e recebe grandes veleiros, música e um festival de comida de rua.

Numa apresentação a bordo da caravela Vera Cruz, o presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas, apresentou o programa das comemorações que celebram os 50 anos da Ponte 25 de Abril e sublinhou o papel da ponte no desenvolvimento da cidade de Almada.

“Não diz respeito só a Almada e a esta região. A nossa ponte continua a ser um veículo extraordinário de ligação”, justificou Joaquim Judas: “Alterou radicalmente as nossas relações, entre margem sul e margem norte, e alterou completamente as perspectivas de crescimento”. O autarca espera encontrar na iniciativa uma projecção nacional, na qual a autarquia investiu cerca de 40 mil euros.

“Graças à primeira ponte sobre o Tejo em Lisboa, a área metropolitana assistiu a um impulso enormíssimo em termos de progresso”, apontou o autarca. À primeira ligação somou-se depois a Ponte Vasco da Gama, em 1998, e o presidente da Câmara de Almada considera que ainda devia haver uma terceira. “A área metropolitana de Lisboa faz-se com pontes. Já chegámos à conclusão que precisamos de outra”, sublinhou.

“Todos temos consciência da necessidade da ligação da península de Setúbal, com todo o seu potencial de crescimento e desenvolvimento industrial, ao maior pólo de desenvolvimento do país, que é Lisboa" e pediu ligações "mais fortes" entre as duas margens, mas também em relação ao resto da Europa. "É fundamental esta nova ponte. O país precisa dela”, asseverou Joaquim Judas.

João Lúcio também sublinhou o impacto da ligação no desenvolvimento da margem Sul. “Daí para cá, o desenvolvimento desta zona foi exponencial”, notou o presidente da Aporvela. “Mudou o desenvolvimento e a dinâmica de Almada”, acrescentou. “Por isso, queremos honrar a ponte e aqueles que a construíram”, detalhou João Lúcio.

Nestas comemorações, “Almada tem um papel decisivo”, destacou Lídia Sequeira, presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa que aproveitou a ocasião para adiantar que estão previstos planos de modernização do porto na zona de Cacilhas.

No final da próxima semana, fragata D. Fernando II e Glória, o navio português Creoula, de 1937, o holandês Morgenster, de 1919, que marcaram presença no Tall Ships Races de 2016, e a caravela Vera Cruz poderão ser visitados pela população, que será recebida por alguns eventos a bordo. Na noite de 5 para 6 de Agosto, a organização proporcionará um espectáculo de fogo-de-artifício.

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