Aerovip vai para tribunal para tentar exigir 800 mil euros ao Estado

Ontem realizou-se a última viagem Bragança-Vila Real-Lisboa. A bordo, Dulce Pontes fez coro com o protesto pela interrupção do serviço.

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A Aerovip garantia a ligação entre Bragança, Vila Real (na imagem) e Lisboa Manuel Roberto/Arquivo

A Aerovip, empresa que durante os últimos anos deteve a concessão da linha aérea entre Bragança, Vila Real e Lisboa, acusou ontem o Governo de não cumprir aquilo que tinha acordado no início deste ano. Em causa está um pagamento de 800 mil euros, referente aos três meses em que a operadora assegurou o serviço aéreo enquanto o contrato, que terminou em Janeiro, não foi prorrogado por um ajuste directo que deixou ontem de ter efeitos.

Carlos Amaro, assessor da administração da empresa, explicou aos jornalistas, no final do último voo deste contrato, ontem, em Bragança, que agora a questão vai ser discutida nos tribunais. “O Estado não honrou o compromisso de maneira nenhuma. Para além do direito à indignação que nos assiste, vamos recorrer aos tribunais”, garantiu.

O contrato de exploração da linha terminou em Janeiro, mas o Estado prolongou-o por ajuste directo, “por não ter tempo de preparar um novo concurso”. Algo que ainda não foi feito. O ajuste directo terminou ontem, pelo que a carreira aérea vai ser interrompida.

Anteontem, o presidente da Câmara de Bragança revelou ter tido a garantia do Governo de que a ligação aérea a Lisboa seria retomada em meados de Fevereiro, depois de ser lançado novo concurso internacional, com uma alteração ao modelo de financiamento, que passará a subvencionar o bilhete do passageiro residente. Um modelo que deixa muitas dúvidas a esta empresa, a única em Portugal habilitada a providenciar o serviço.

A última viagem decorreu ontem e com passageiros ilustres. A cantora Dulce Pontes, que se mudou há mais de um ano para Bragança, foi uma delas, e sente-se lesada. Agora terá de ir a Vigo ou Madrid para apanhar voos internacionais. “Este é um problema pessoal, mas existem pessoas que precisam destes voos para receber tratamentos médicos e outras que trabalham em Lisboa a quem lhes faz falta o avião”, sublinhou.

A carreira aérea custa, anualmente, 2,5 milhões de euros e no último ano teve mais de dez mil passageiros.
 
 

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