Câmara do Porto não aceita mais pedidos de casas

Desde o início do ano e, provavelmente, até ao final de Março, a empresa municipal DomusSocial não vai aceitar pedidos de munícipes que queiram uma casa camarária no Porto. Ontem, em comunicado, a CDU denunciou a suspensão pelo "período de seis meses". Ao PÚBLICO, a vereadora a Habitação, Matilde Alves, confirma a paragem, mas apenas por três meses.

De acordo com Matilde Alves, a suspensão prende-se com uma entrada "anormal" de pedidos de munícipes junto dos serviços da DomusSocial. "No último semestre do ano, antes das eleições, a quantidade de pessoas que se dirigiu à DomusSocial foi desmesurada. Achamos que foi por causa das eleições. Os pedidos foram entrando, entrando...", diz a vereadora, acrescentando que, no final de 2009, a empresa municipal tinha "1500 pedidos de habitação" para analisar. Por isso, diz, a necessidade de "hierarquizar de forma justa" os diversos casos em avaliação levou à decisão de suspender a recepção de novos pedidos. "Inicialmente, pensámos que precisaríamos de seis meses, mas reduzimos para três", diz Matilde Alves.

A vereadora rejeita a possibilidade apresentada pela CDU, de que a suspensão estaria relacionada com a "necessidade de repensar os critérios de atribuição de habitações sociais". "O conselho de administração pode sempre repensar os critérios, mas não é esse o motivo", diz.

No comunicado, os comunistas afirmam que "há centenas de pedidos de atribuição de habitação municipal que ainda não foram analisados e que as casas estão a ser atribuídas mais de dois anos após a sua solicitação, enquanto, ao mesmo tempo, continuam a existir centenas de casas municipais devolutas".

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