Sá Fernandes promete abrir Aquaparque do Restelo em Setembro, quase sem obras

a O vereador da Câmara de Lisboa responsável pelos espaços públicos e pelos espaços verdes, José Sá Fernandes, promete abrir ao público em Setembro o antigo recinto do parque de diversões Aquaparque, no Restelo, que se encontra encerrado há perto de década e meia.Inicialmente, o recinto será aberto tal como se encontra, apenas com pequenos arranjos e com algumas zonas vedadas por motivos de segurança, até porque o privado a quem a autarquia concessionou o recinto em 1997 por um período de 50 anos pôs a autarquia em tribunal, porque entende ter direito a uma indemnização por ficar privado da exploração do espaço.
Sá Fernandes diz que também em Setembro lançará um concurso de ideias destinado a decidir que usos poderá ter no futuro o recinto de nove hectares onde, em 1993, morreram duas crianças afogadas. E que usos poderão ser esses? "Desde actividades ligadas aos desportos informais até a aproveitar os edifícios existentes para ensaios de artes performativas, passando por utilizações ligadas à música, há muitas hipóteses", responde o autarca.
Nove hectares para fruição
Enquanto isso não acontece, as antigas piscinas e circuitos aquáticos, hoje tomados pela vegetação e ao abandono, poderão, com poucos gastos por parte da câmara, transformar-se em pistas provisórias de patinagem, rampas de skate ou simplesmente local de passeio para pais e filhos. A mata está a ser limpa por funcionários da autarquia. "Lisboa não pode continuar privada destes nove hectares", diz Sá Fernandes.
A Câmara de Lisboa decidiu recentemente reaver o espaço sem pagar indemnização ao concessionário, alegando que este não levou por diante o parque de diversões dedicado às aventuras que ali se propunha fazer, e que já nada tinha a ver com o parque aquático em que se afogaram as crianças. Motivo? "Durante o processo de licenciamento o município pediu-lhes elementos que nunca chegaram a entregar, como estudos de ruído." Além disso, a associação de moradores da zona sempre se mostrou frontalmente contra o projecto, por causa dos transtornos que ele causaria aos residentes em matéria de aumento de tráfego e de ruído.
Como as obras para transformação do antigo Aquaparque num Parque Aventura deviam ter ficado concluídas em 2000, a autarquia alega incumprimento contratual. Já a concessionária processou a câmara por esta não ter licenciado o parque e exige-lhe uma indemnização de 35 milhões de euros. Ana Henriques
Sá Fernandes reclama o espaço, alegando que Lisboa não pode ficar privada de nove hectares de zonas verdes

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