"As paredes tornaram-se páginas colectivas para escrever o que se pensava"

ANA HATHERLY - Cheguei a Lisboa com a revolução, vivia em Londres grande parte do ano. Cheguei exactamente na noite da revolução e não me relacionei com ninguém. Tinha vindo cá buscar não sei o quê, fiz aqui uma escala a caminho do Egipto, talvez para ver como estava a casa no Estoril. Mas já não fui. A minha experiência com a revolução foi uma experiência como habitante da cidade - nada mais do que isso e já é bastante! Embora vivesse no Estoril, vivi a revolução através da rádio e do contacto com a população. E vivemos esses momentos de exaltação, o 25, o 26, o 27. Foi um momento de grande euforia, grande libertação e grande entusiasmo.

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