O perigo da extrema-direita não vem de um sindicato a lutar por 900 euros. Vem do desenho autoritário que o Governo está a querer impor.
Como todos os portugueses, espero que a greve acaba depressa. Mas se o pessoal só é verdadeiramente de esquerda com gasóleo no depósito, então Marx precisa de reescrever O Capital.
À excepção das tentativas de controle da comunicação social pelo Governo Sócrates, este é provavelmente o maior ataque à democracia e às liberdades desde o 25 de Novembro de 1975.
Uma sociedade comandada por valores em que o futuro não conta vive do imediatismo. Uma greve por tempo indeterminado ou é um êxito imediato ou um desastre.
Em Sines, foram mobilizados GNR e militares das Forças Armadas para conduzir camiões e assegurar o abastecimento dos postos de combustível no Algarve. Alguns motoristas meteram baixa médica e houve quem cumprisse com os serviços mínimos mas apenas durante o horário normal de trabalho.
Se um dia precisarmos de reivindicar os nossos direitos ou melhorarmos as nossas condições de trabalho, logo se vê. Somos gente séria, não safardanas como essa malta que quer parar as instituições, a economia, Portugal.
A imposição de “serviços máximos” fará com que qualquer Governo futuro considere esta situação um precedente legítimo. E, nessa altura, com que legitimidade poderão os partidos de esquerda reclamar que se estão a pôr em causa os direitos dos trabalhadores?
Os postos da REPA-Rede Estratégica de Postos de Abastecimento localizados nos distritos de Beja e Faro são os mais afectados pela greve dos motoristas de matérias perigosas, com níveis ligeiramente acima dos 20% tanto no gasóleo como na gasolina.
A gestão política que o Governo está a fazer desta greve pode ter resultados menos previsíveis do que se pensa.
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