China: as bicicletas também morrem

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Quase parecem quadros abstractos, instalações, esculturas de arte contemporânea. Mas estes cenários estão bem longe disso e são, descreve o The Guardian, um "monumento à arrogância de uma indústria" — a das bicicletas partilhadas, na China. No ano passado, conta a The Atlantic, surgiram "dúzias" de novas empresas que rapidamente "entupiram as ruas com milhões de coloridas bicicletas de aluguer". No entanto, num fechar de olhos, a oferta ultrapassou a procura, e as cidades não estavam preparadas para lidar com tamanha enchente, refere a revista norte-americana. "Os ciclistas estacionavam as bicicletas em qualquer lado ou abandonavam-nas, o que resultava em pilhas de bicicletas que bloqueavam ruas e caminhos já lotados. À medida que apreendiam bicicletas aos milhares, rapidamente as cidades tentaram parar o crescimento e regular a indústria." E estes cemitérios de bicicletas tornaram-se numa visão comum em muitas cidades. Com o tempo, algumas empresas, "que deram um salto muito grande muito cedo", começaram a encerrar e a falir e as bicicletas excedentes a ganhar pó "em terrenos baldios". A partilha de bicicletas continua a ser popular no país e prevê-se que irá "continuar a crescer, provavelmente num ritmo mais sustentável". Agora que a bolha estourou, estas imagens, captadas pela Reuters nos últimos meses, são a herança dessa especulação desenfreada. Para ver e reflectir no Dia Mundial da Bicicleta, que se celebra esta quinta-feira — ainda que o 3 de Junho tenha, esta semana, sido decretado pelas Nações Unidas como o dia oficial.