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Há já muito tempo que na China o ar se tornou irrespirável

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A China é o maior produtor e consumidor de carvão do mundo. Mais de 70% da energia consumida dentro do país é gerada a partir deste tipo de combustível fóssil, altamente poluente. Estima-se que 17% das mortes na China se devem aos efeitos da densa poluição atmosférica e que o país seja responsável por cerca de um terço das emissões de CO2 do mundo. Segundo o relatório da Agência Internacional de Energia, "as emissões gasosas e particuladas deste sector energético conduzem à nitrificação das águas, à destruição das florestas pela acção de dióxido de enxofre e óxido nitroso, à intoxicação de lagos e àguas subterrâneas, chuvas ácidas e a efeitos sinérgicos imponderáveis de vários poluentes". Oitenta por cento dos rios que atravessam zonas urbanas estão poluídos devido descargas industriais e domésticas sem tratamento, algumas delas levadas a cabo pelos próprios municípios. A Organização Mundial de Saúde indica que as cidades de Pequim, Shanyang, Xian, Shanghai, e Guangzhou estão entre as dez mais poluídas do mundo e aponta para 178 mil mortes prematuras anuais causadas directamente pelos efeitos da poluição, apenas nas grandes cidades. O canadiano Kevin Frayer é autor da série "China's Coal Addiction" e duplo vencedor do concurso Sony Awards de 2016, desta vez na categoria de fotografia individual "Daily Life". A fotografia vencedora, a segunda desta fotogaleria, retrata a azáfama junto às chaminés da termoeléctrica situada a norte da província de Shanxi. O outro projecto vencedor de Frayer, também realizado na China, "Nomadic Life Threatened on the Tibetan Plateau", foi também publicado no P3 e pode ser visto aqui. Ana Marques Maia

A fotografia vencedora do concurso Sony Awards 2016, na categoria de fotografias individuais