É tudo uma questão de clique

Fotogaleria

Um clique aqui, uma "selfie" ali, uma fotografia às polaroids, um retrato acolá. Nos concertos de hoje, as baladas já não fazem acender isqueiros — que raio de costume anacrónico —, antes apontar telemóveis. Basta fazer o teste numa canção mais emotiva ou num qualquer momento em que um artista mergulha de surpresa num mar de gente: é vê-los despontar, brilhando entre os dedos, autênticos pirilampos do século XXI, que tanto iluminam o caminho como recolhem imagens. Pelos ecrãs dos "smartphones", toca-se no mundo em redor e assim até se vê melhor, não é? Sociedade do espectáculo, ou não, certo é que no fim de contas o resultado é sempre o mesmo, e até lhes dá razão, aos disparos desenfreados. No final, ficam apenas umas quantas lembranças aguadas de um festival que já lá foi, neste caso o Nos Primavera Sound, e uns tantos ziliões de pixels que em boa hora restituem a memória. É tudo uma questão de clique, para mais tarde recordar. O fotojornalista Paulo Pimenta não poupou os dele. AR