Cem desenhos em cem dias para ter memória de elefante

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Durante cem dias, Teresa Esgaio empreendeu um duelo com um elefante. Fez uma "lista de memórias" e, para cada uma, desenhou um objecto, uma figura, que remetia para essa recordação. "Quando desenho não me esqueço tanto das coisas", conta ao P3 a jovem artista de 31 anos, natural de Cascais, que iniciou o projecto "An Elephant Never Forgets" precisamente para recuperar a sua biografia. Entre as ilustrações, há joaninhas, um ananás, um ramo de jasmim e muitas palhinhas, tudo tão perfeito que até parece fotografia: a cama desfeita, diga-se, demorou 16 horas a surgir. Todos os desenhos são a preto e branco, feitos com grafite em pó, pastel seco e carvão, em folhas de 50 cm por 50 cm, e não há cá pistas para a memória que os inspira: "Deixei de explicar. Tem sido muito giro ver a reacção das pessoas". Esta série também foi uma forma de a ilustradora mudar de rotina, numa altura que estava muito dedicada a trabalhos em grande escala. À semelhança de alguns projectos estrangeiros, queria, já "há muito tempo", fazer uma "série diária" ("Para a cabeça é menos complicado"), por isso, ao longo dos cem dias, documentou todo o projecto no Instagram, publicando fotografias do processo e dos trabalhos finalizados. Os desenhos originais de "An Elephant Never Forgets" estão em exibição na Cidadela Art District, em Cascais, até 2 de Julho, com preços entre os 200 e os 450 euros. É a terceira exposição a solo de Teresa, que há pouco mais de um ano ("com o clique dos 30") deixou o trabalho em publicidade para se dedicar a tempo inteiro ao desenho. "Desde aí tenho estado fechada em casa a desenhar, desenhar, desenhar". Licenciada em Belas-Artes, gostava de viver da sua arte. "Já comecei a mostrar e tem corrido bem." AR