Estes brinquedos lembram-nos que as crianças também precisam de transplantes

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No Japão existem actualmente 14 mil crianças à espera de um transplante de órgão, mas apenas 300 terão a possibilidade de o realizar. A organização japonesa "Second Life Toys" não se conforma com essa realidade e por isso criou uma campanha de sensibilização baseada numa premissa simples e acessível a todos: "através de uma operação de transplante especial, este projecto pretende dar vida aos brinquedos partidos, para que os donos possam brincar com eles novamente", pode ler-se no sítio do projecto. A organização recebe "pacientes" de peluche e dá-lhes uma nova vida com recurso a transplante de outros. No final, reenvia o brinquedo "saudável" a seu dono. A escassez de órgãos para transplante é um problema de dimensão mundial que afecta sobretudo grupos minoritários, como as crianças ou pessoas de grupos sanguíneos raros. No Japão, a situação é excepcionalmente grave e a legislação é apontada como a principal causa. De acordo com a lei que vigorou entre 1997 e 2010, a remoção de órgãos para transplante seria permitida apenas em caso de morte cerebral e com pré-consentimento do paciente e da sua família. Crianças com idades inferiores a 15 anos estavam legalmente impedidas de consentir a doação, motivo por que os transplantes pediátricos simplesmente não se realizavam. Em Julho de 2010 foi retirada a restrição etária e a necessidade de pré-consentimento do paciente, o que tem tido um impacto positivo, embora insuficiente. Existe um longo caminho a percorrer até que o Japão esteja, nesta matéria, ao mesmo nível que países de índices de desenvolvimento semelhantes.