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Design: a TAP era a imagem de um povo?

Capa da Revista Eva, n.º 1089, Ano 35, outubro de 1962, com o uniforme atribuído a Ana Maravilhas
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Capa da Revista Eva, n.º 1089, Ano 35, outubro de 1962, com o uniforme atribuído a Ana Maravilhas

Com o carimbo da “casa portuguesa do ar” (como é descrita a TAP num estudo para um cartaz de 1968) foram feitos cinzeiros Secla — icónicos e muito procurados hoje em dia, associados a outras várias marcas históricas portuguesas —, bonecas de tecido vestidas com trajes populares, sacos com formato da janela do avião, chávenas de café, bandejas, lenços de pescoço. Nos 70 anos da TAP — comemorados no ano em que a sua privatização se concretiza —, o MUDE (Museu do Design e da Moda) inaugura uma exposição dedicada à identidade e ao design da Companhia Aérea Portuguesa, criada em 1945 por Humberto Delgado. “A TAP é provavelmente a única companhia aérea do mundo cujo fundador é um herói da liberdade”, escreveu o neto e biógrafo do "general sem medo", Frederico Delgado Rosa. Há 70 anos, os primeiros aviões tinham capacidade para apenas 21 passageiros e asseguravam a ligação comercial Lisboa-Madrid e a “Linha Aérea Imperial”, entre Lisboa e Luanda/Lourenço Marques. Em 2015, 77 aviões levantam voo cerca de 2500 vezes todas as semanas. Tudo o que ostenta o logótipo da marca faz parte da história da companhia. Estudos para anúncios publicitários e uniformes de pessoal de cabina, brochuras com tarifas, bilhetes de viagens são parte da forma como vemos a TAP, “uma das marcas mais fortes da identidade colectiva”, lê-se na apresentação da mostra no site do museu. “Tap Portugal: A imagem de um povo. Identidade e design da companhia aérea nacional | 1945-2015” — assim se chama a exposição com curadoria de Bárbara Coutinho — está patente no MUDE, em Lisboa, de 15 de Julho a 1 de Novembro.

Alves/Gonçalves, Estudo/proposta para 10º uniforme feminino (Pessoal Navegante de Cabina), 2005
Alves/Gonçalves, Estudo/proposta para 10º uniforme,“Pormenores e Acessórios” (desenhos técnicos), 2005
Mapa de rotas “rede TAP network”, interior de Preçário (voos domésticos), Autoria Spring Service
Capa de Horário c/ desenho de avião Caravela VI-R a preto e caravela a branco,1963
Estudo para cartaz “Se vai emigrar, vá e volte com a TAP” (Andorinha), 1968
Capa d’“O Jornal” com anúncio com Padrão dos Descobrimentos, década de 1950
Keil do Amaral, Fachada da Delegação de Lourenço Marques, 1954-1955
Cinzeiro CECLA
Bandeja descartável fechada, classe econ., fabricado pela De Ster (Bélgica), “Spring Service”,1976
Boneca Maria Helena com traje popular
Carlos Rocha/Orlando Costa. Estudo para anúncio “TAP – Um Modo de Viajar: Europa”,1970
Carlos Rocha, segundo projeto de catering, tabuleiro completo tamanho médio,1987
Recipientes para catering descartáveis pela De Ster (Bélgica) e etiqueta de bagagem
Sebastião Rodrigues, Bilhete internacional, 1970
Gustavo Fontoura, Cartão de Boas Festas, 1962
Carlos Rocha/Orlando Costa. Estudo para anúncio “TAP – Um Modo de Transportar: cuidadosamente”,1970
Publicidade Espiral
Saco com formato da janela do avião “Caravela”, tela vinílica, s/d
Chávenas de café sem pires, Secla (três), cerâmica, utilizadas durante a década de 1950
Abílio de Mattos e Silva, desenhos para conjunto de travessinhas (oito), “Danças Portuguesas”, 1966
Purity and originality of life (página interior do Manual “Caravela” VI-R, produzido pela Ciesa), Julho 1962
Estudo para anúncio “Our fleet has changed a lot since we first landed in Southern Africa”, s/d
Lenço com motivo “Spring Service” para usar sobre 7.º uniforme de Louis Féraud, 1976