Países da Ásia central procuram identidade em jazidas de petróleo

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Azerbaijão, Cazaquistão, Turquemenistão: o que têm estes países em comum? Gordas reservas de recursos naturais, nomeadamente petróleo e gás natural, quase 70 anos de ocupação soviética musculada e regimes ditatoriais em vigor. "O estado actual da identidade destes estados encontra-se no intervalo entre o passado e o futuro, as pessoas têm dificuldade em responder à pergunta “quem somos nós de verdade?”, disse a autora do projecto e livro "Promising Waters" Mila Teshaieva em entrevista ao P3. Colossais e dispendiosas construções — a chamada Arquitectura de vaidade — brotam do chão em elogio ao Estado, enchendo de orgulho cidadãos que não conhecem o significado de pertencer a um novo lugar: heranças culturais apagadas, conhecimento histórico manipulado. "Estabeleço facilmente a comparação com a União Soviética: as pessoas viviam em isolamento e repressão, mas ficavam satisfeitas e orgulhosas pelo seu país ter o primeiro homem no espaço. É estranho para mim ver que esta táctica é uma repetição rigorosa das técnicas de manipulação de massas da União Soviética. É aterrador mas interessante pensar no assunto." Um dos pontos que Mila Teshaieva sublinha no seu livro é que "apesar das novas possibilidades que o petróleo abriu, estes três países constroem o seu futuro com ferramentas em desuso", as mesmas que foram utilizadas pela União Soviética até 1991, ano em que os três países se tornaram independentes. Ana Maia

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Luba não consegue aceitar o encerramento da fábrica onde trabalhou e volta diariamamente.