Bordar com cabelos para debater a feminilidade

Fotogaleria

As amigas tinham o cabelo longo e a pele clara. A adolescente Sula Fay (descendente de africanos e porto-riquenhos) sofreu com o seu cabelo encaracolado. "Senti-me diferente e pouco atraente. Passei horas penosas a tentar escovar e alisar o cabelo", confessa a artista na descrição do projecto "Haird Embroideries", onde borda naperons vitorianos com fios do seu próprio cabelo. "Esse processo era difícil e entediante como os meus bordados. Para bordar com o cabelo tenho que esticar cada fio separadamente". Sula Fay usa o naperon para relacionar o seu trabalho com a época vitoriana, altura em que se usava o cabelo humano para fazer pulseiras, colares e anéis em cerimónias fúnebres, bem como com a arte tradicional de algumas zonas da China que usam a mesma matéria prima. O seu trabalho explora "a luta" que travou para desenvolver a sua identidade e procura debater os "ideias ocidentais de beleza e feminilidade".