Fotografia
Dança, hoje e sempre
Um palco, seis braços, seis pernas, seis olhos. Quatro pregados aos dois que, fechados, dançam. São os de Pina Bausch, mítica coreógrafa alemã, tão repentinamente desaparecida em 2009. Um ano antes, trazia o incontornável "Café Müller" ao São Luiz. Num íntimo ensaio de imprensa, apresentou-se perante duas pessoas: uma delas era o fotojornalista Paulo Pimenta que não deixou escapar-lhe os passos. Fotografou-os a preto e branco, num trabalho posteriormente publicado no caderno P2 do jornal PÚBLICO, que acabou por dar a volta ao mundo — a companhia Tanztheater Wuppertal utilizou estas imagens nos seus trabalhos até há bem pouco tempo. Tudo porque, ao ver as fotos, Pina quis conhecê-lo. O encontro não se realizou, mas por correio viajaram oito imagens impressas; regressou uma autografada, como retribuição. E, claro, uma boa história para contar hoje, Dia Mundial da Dança, e todos os dias. Há mais, muitas mais, e Paulo Pimenta documenta-as dentro de portas há anos. Fomos ao seu arquivo resgatá-las.