Adega Sao Martinho: Angry Birds e contas em escudos

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Não é preciso haver comida, ela aparece. Quanto tempo demora? Até estar pronta. Na Adega São Martinho (Rua D. João IV, no Porto), não se escolhe, confia-se na cozinheira. O som do noticiário sobrepõe-se ao cantar de um canário laranja e gordo à espera de aterrar em cima de um porco. Pela compleição física do animal, já comeu bifes com batatas fritas — como os que nos chegam à mesa, numa travessa que alimentaria um batalhão. Duas pessoas, comida para várias: uma conta bem feita. No fundo, como todas as contas bem feitas ali, em escudos, a lápis, no balcão de mármore ou na mesa. Para mais tarde recordar e apagar. Um mealheiro na parede é outro hábito antigo, que se enquadra nestes tempos pós-troika. De seis em seis meses, tira-se de lá a poupança e reinveste-se o capital. Em pataniscas e vinho "Ponto Final". João Nogueira Dias