A praga dos corações enamorados

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É verdade, até enjoa. Chocolates em forma de coração, flores em forma de coração, balões em forma de coração. Nas duas primeiras semanas de Fevereiro, o mundo todo tem obrigação de caber num molde em forma de coração. Todos sabemos por que é que o músculo cardíaco é tão solicitado no imaginário do amor — a sua representação vende. Tudo porque comunica sentimentos com enorme simplicidade, facilitando a vida do artesão de chocolates em Bruxelas, do vendedor chinês no mercado de Kunming e do namorado que tem de comprar qualquer coisas às pressas (só para a cara-metade não amuar). Tudo isso é verdade. Mas precisamente porque foi banalizada, a imagem óbvia do coração tornou-se universal. E aí também pode residir uma ponta de beleza genuína. Um símbolo para motivar um beijo sincero, um entrelaçar de dedos, um desenho na neve ou uma promessa de amor eterno. A.A.S.