Pássaros presos mas sem maldade

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Para ver o projecto de Todd Forsgren, é prudente estar a par de um aviso prévio: nenhum pássaro saiu ferido durante o processo. Foi em miúdo que o fascínio por pássaros surgiu (“Passava dias a estudar e a tentar imitar Peterson e Audubon como um observador de pássaros”). Nessa altura, o estudo dos pássaros envolvia espingardas, quando o trabalho exigia uma proximidade e contacto não alcancáveis com binóculos ou aparelhos semelhantes. Mas a ciência evoluiu: agora há redes quase invisíveis que captam os animais sem os magoar e que permitem aos investigadores medir os pássaros, analisá-lo e colocar-lhe uma anilha. Para acompanhar este processo, Todd Forsgren viajou por todo o mundo com ornitólogos, que concordaram em deixá-lo fotografar as aves enquanto eles as estudavam. Os pássaros, em luta contra a rede, adoptam expressões quase humanas – constrangimento, raiva, medo -, minutos antes de voltarem a voar rumo à liberdade. “Inicialmente, a maioria das pessoas acha que as imagens são trágicas”, admite Todd Forsgren. Mas a beleza do seu trabalho está além da impressão imediata, na “informação valiosa que os biólogos podem recolher usando estas técnicas”.