Pela calada da noite, os rohingya fogem de um destino ameaçador

Famílias da minoria rohingya aproveitam a noite para fugir da Birmânia e chegar ao Bangladesh.

Reuters/DAMIR SAGOLJ
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São rostos que exprimem exaustão, medo e angústia. Junto ao porto costeiro de Cox's Bazar, no Bangladesh, o fotojornalista da Reuters Damir Sagolj encontrou bebés ao colo das mães, idosos ao colo dos filhos, pessoas que põem o pé em terra firme a meio da noite, esquivando-se ao destino incerto que lhes estava reservado. É a comunidade rohingya, que continua a chegar aos milhares a este país por mar e por terra, deixando para trás a Birmânia.

No país liderado pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, esta minoria muçulmana vive quase toda no Noroeste birmanês, sem direito à cidadania ou ao voto e - motivo pelo qual tem estado em destaque na imprensa internacional - é alvo de todo o tipo de perseguições. Os ataques mais recentes tiveram início em Agosto deste ano, após um grupo de militantes rohingya do Exército de Salvação Rohingya de Arracão ter atacado alguns postos avançados da polícia e morto 12 pessoas. A resposta das autoridades traduziu-se numa repressão militar que, segundo algumas organizações internacionais de direitos humanos, terá passado por tortura, violações e  assassínios em massa. As Nações Unidas, pela voz do seu comissário para os direitos humanos, Zeid Raad al-Hussein, não teve pejo em considerar que a perseguição à minoria rohingya pelo Exército birmanês “é um exemplo perfeito de limpeza étnica”.

Até ao momento cerca de meio milhão de rohingya já terá saído da Birmânia e chegado ao Bangladesh. A maioria dos rohingya entra no país por terra, através de Cox's Bazar ou Bandarbam, pelo rio Naf, que serve de fronteira natural entre os dois países, ou por mar para chegar à costa sudeste do Bangladesh. São travessias perigosas, feitas em embarcações de madeira repletas de refugiados. Esta sexta-feira, a polícia do Bangladesh comunicou ter recuperado os cadáveres de quatro crianças, elevando para 20 os mortos devido ao naufrágio na quinta-feira de uma embarcação com rohingyas. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM) mais de 60 pessoas desapareceram neste naufrágio.

Reuters/DAMIR SAGOLJ
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