Verdes querem acabar com o plástico à mesa

Já foi entregue um projecto de lei que visa proibir a comercialização e importação de utensílios de refeição descartáveis.

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Rui Gaudencio

Em Setembro de 2016, França foi o primeiro país do mundo a decretar a proibição da venda de “loiça” de plástico. Agora, o partido ecologista Os Verdes quer ir mais longe em Portugal, proibindo a comercialização e importação de pratos, talheres, copos, palhinhas e palhetas de café, num prazo de três anos (a partir da entrada em vigor do diploma).

Na base deste projecto de lei estão os níveis preocupantes de resíduos da “cultura do usar e deitar fora” e, em particular, o quão prejudiciais são os plásticos, que invadem “ecossistemas (em particular os mares e oceanos) com matérias persistentes”.

Deste modo, para a criação de soluções mais sustentáveis, o partido propõe que o Governo apoie “em cooperação com os operadores económicos, soluções alternativas para colocação no mercado de utensílios de refeição descartáveis produzidos a partir de matérias biodegradáveis ou compostáveis” e promova, “junto dos consumidores, incentivos à utilização de material não descartável, susceptível de reutilização”.

Como? Os Verdes dizem que a resposta tem de começar pela sustentabilidade do próprio mercado, pois “muitas vezes o consumidor nem tem opção” e é “obrigado a trazer consigo um volume significativo e inútil de embalagens, por necessitar de um determinado produto que só está disponível embalado, e quantas vezes dupla e desnecessariamente embalado”.

Presença assídua não só em festas e eventos (públicos ou privados), mas também em máquinas automáticas de fornecimento de bebidas em locais de atendimento ao público, escritórios ou em estabelecimentos de diversão nocturna, a “loiça” descartável pode ter os dias contados. A alternativa está em materiais que possam ser lavados, desinfectados e reutilizados, compostos por “fibras vegetais naturais, tais como soluções em papel/cartão, ou soluções produzidas, por exemplo, a partir de cana de bambu”, lê-se ainda no projecto lei.

Texto editado por Ana Fernandes

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