Espécies de peixe em perigo vão ser reintroduzidas em Sintra e Monchique

Os escalos do Sul só existem na Península Ibérica e as bogas do Sudoeste são uma espécie que só há em Portugal

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Os escalos do Sul (na foto) estão em “perigo” e as bogas do Sudoeste estão “criticamente em perigo”

São 60 escalos do Sul e 500 bogas do Sudoeste vão ser libertados nos seus habitats naturais em Sintra e em Monchique, respectivamente, nesta e na próxima quinta-feira. Estes peixes de água doce estão em perigo de extinção e o Aquário Vasco da Gama vai reintroduzi-los, numa altura em que estão reunidas “as condições favoráveis, porque há agua e as espécies estão na altura da desova”, afirma Fátima Gil, chefe do Serviço de Aquareologia do Aquário do Vasco da Gama.

Ambas as espécies estão em perigo devido à redução das populações no meio natural, provocada por vários factores. “Estão expostas à seca grave, ficando reduzidas a poças de água, a muita poluição, a espécies americanas invasoras mais agressivas que comem as que estão cá e pela acção humana, que, bem intencionada, ao limpar as ribeiras destrói a vegetação das margens onde as espécies mais pequenas se escondem pra se abrigar das maiores”, explica Fátima Gil.

Os escalos e as bogas são criados em cativeiro para, segundo a chefe do serviço de Aquareologia, “manter o stock das espécies” e “voltar a repovoar” quandoestas  estiverem extintas, como é o caso actual. Estas espécies são descendentes de exemplares capturados nos rios onde vão ser lançados de forma a “não introduzir alterações genéticas”.

Esta quinta-feira, às 13h30, serão libertados na ribeira de Colares, em Sintra, os 60 escalos do Sul (Squalius pyrenaicus) no dia 27 de abril, pelas 15h30m, vão ser lançadas na ribeira de Odelouca, em Monchique, 500 bogas do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai).

Esta acção decorre no âmbito do projecto “Conservação ex situ de organismos fluviais” na qual este órgão da Marinha participa em parceria com o MARE-ISPA, a Quercus e a Faculdade de Medicina Veterinária  com o objectivo de reproduzir e manter espécies ameaçadas de água doce da fauna e flora portuguesas para posterior libertação.

Texto editado por Ana Fernandes

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