Câmara de Viseu adopta plano para diminuir consumos de água

O município tem em curso a redução dos períodos e volumes de água utilizados na rega de espaços verdes públicos e lavagens urbanas.

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O município compromete-se também a realizar novas campanhas de sensibilização junto das populações Rita França

A câmara de Viseu adoptou um plano municipal de contingência para diminuir consumos de água, atendendo ao período de seca prolongada que o país e a região atravessam, anunciou esta quinta-feira o vice-presidente da autarquia, Joaquim Seixas.

A informação foi dada durante a reunião pública de Câmara por Joaquim Seixas, segundo o qual esta decisão foi tomada "a pensar nas pessoas e na prioridade de salvaguardar o abastecimento de água às populações".

A disponibilidade de água na barragem de Fagilde tem sido afectada, tendo este plano o objectivo de "responder à incerteza e imprevisibilidade da duração e severidade do estado de seca e salvaguardar os stocks de água necessários ao abastecimento às populações". O plano de contingência é estruturado em três eixos de actuação, nomeadamente sensibilização, monitorização, redução e racionalização progressiva de consumos.

Segundo a autarquia, "entre as medidas já implementadas, está a optimização da capacidade de armazenamento da barragem de Fagilde, a redução das pressões na rede pública de distribuição de água e a reactivação de furos de água para abastecimento de subsistemas e para rega de jardins públicos". O município tem também já em curso a redução dos períodos e volumes de água utilizados na rega de espaços verdes públicos e lavagens urbanas.

Entre as medidas que pretende implementar está "a reutilização da água tratada da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Viseu Sul, transportada através de camiões cisterna, para a rega de espaços verdes públicos e lavagens urbanas, e o reforço do abastecimento de água à Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Fagilde através do poço com furos horizontais junto à ETA".

O município compromete-se também a realizar novas campanhas de sensibilização junto das populações "para práticas de poupança de água ao nível doméstico e redução de usos supérfluos nestes períodos, como a lavagem de automóveis". Será ainda adoptado "um número de telefone dedicado exclusivamente à comunicação de rupturas de água que sejam detectadas no sistema, tendo em vista uma mais rápida e eficiente intervenção".

Neste plano de contingência, o executivo insiste "na urgência e prioridade do aumento da capacidade de armazenamento da albufeira de Fagilde", que por várias vezes foi comunicada ao Estado, e na construção da nova barragem no Vouga, um projecto que junta os municípios de Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, Vila Nova de Paiva, Vouzela e São Pedro do Sul.

O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, espera que "rapidamente seja aberta uma linha de financiamento no âmbito do Portugal 2020 para a concretização desta importante infra-estrutura, necessidade que tem sido reiterada ao Governo".

"Tal como publicamente comunicado no início de 2015, a barragem de Fagilde não dá garantias na resposta a todas as necessidades de futuro e a sua capacidade de armazenamento revela-se escassa em contextos de seca prolongada", pode ler-se no plano.

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