Vistos gold atribuídos até Junho já ultrapassam o total do ano passado

Programa atraiu mais de 2,2 mil milhões de euros de investimentos, maioritariamente aplicado no sector imobiliário.

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Lisboa têm atrádo boa parte do investimento dos vistos gold. Foto: Enric Vives-Rubio

No primeiro semestre do corrente ano foram atribuídas 821 autorizações de residência para investimentos (ARI), mais conhecidos por vistos gold, superando os 766 concedidos em 2015, ano que ficou marcado por uma forte travagem na aprovação de pedidos, na sequência do escândalo de corrupção conhecido por Operação Labirinto.

Os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) mostram que o investimento resultante dos ARI concedidos superou os 500 milhões de euros, e continua a ser maioritariamente canalizado para o sector imobiliário, permanecendo em apenas cinco as atribuições feitas por investimentos que permitiram a criação de mais de dez postos de trabalho.

Desde o início do programa, em finais de 2012, foram atribuídos 3405 vistos pela aquisição de imóveis (que implica um investimento mínimo de 500 mil euros) e 199 por transferências de capital (de pelo menos um milhão de euros). O investimento em Portugal realizado por esta via supera 2,2 mil milhões de euros.

As áreas de investimento foram alargadas desde Setembro do ano, contemplando sectores como a reabilitação urbana ou património, bem como a exigência de menor investimentos quando realizado fora dos grandes centros urbanos. No entanto, até à data ainda não foram aprovados pedidos nestes âmbitos.

No mês de Junho, foram atribuídos 157 vistos gold, o mesmo que no mês anterior e um ritmo que agrada às associações que mais directamente beneficiam destes investimentos, a construção e o imobiliário. A aceleração na aprovação dos processos foi possível através da criação de um grupo de trabalho que agrega os serviços de vários ministérios, com destaque para os Negócios Estrangeiros e Administração Interna.

Comentando os números divulgados, Luís Lima, presidente da APEMIP, a associação das empresas imobiliárias, referiu que “o crescimento face a 2015 é muito positivo, reflecte a normalização do mercado e serve para confirmar o investimento que se perdeu no ano passado, aquando a estagnação do programa”.

Manuel Reis Campos, presidente da CPCI, a confederação que agrega as empresas de construção e do imobiliário, considera que a evolução do investimento captado espelha “a elevada qualidade” dos activos imobiliários nacionais, que se encontram a "um preço internacionalmente muito competitivo”.

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