Vieira da Silva garante que subida dos juros não afecta fundo da Segurança Social

O impacto no Fundo de Gestão Financeira da Segurança Social é contabilístico e será recuperado, disse o ministro.

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Em três meses de Orçamento do Estado, as contas da Segurança Social estão na ordem do dia Fábio Teixeira

O ministro do Trabalho e Segurança Social garantiu nesta sexta-feira que a subida das taxas de juro da dívida portuguesa “não tem impacto real” no Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FGFSS), mas apenas um impacto contabilístico que será recuperado posteriormente.

Durante o debate sobre o orçamento da Segurança Social, Manuel Rodrigues, deputado do PSD, quis saber qual foi a perda registada pelo fundo nas últimas dez semanas, que tem uma parte significativa dos 14 mil milhões de euros investidos em dívida pública portuguesa.

Na resposta, Vieira da Silva escusou-se a avançar com qualquer valor, mas criticou o “tom de alarmismo” que “não tem justificação nem teórica nem prática”.

“Já aconteceu durante a grande recessão [de 2008] quando alguns investimentos do fundo caíram e o fundo recuperou dessas perdas, como vai recuperar desta vez. O que se está a verificar não tem impacto real no fundo”, mas apenas um efeito no saldo contabilístico, adiantou o ministro.

Vieira da Silva aconselhou prudência e lembrou que quem permitiu que o fundo pudesse investir até 90% em dívida pública foi o antigo ministro das Finanças do governo PSD/CDS-PP, Vítor Gaspar.

Mais à frente na audição conjunta das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Trabalho e Segurança Social, o deputado social-democrata realçou que o tom “não é alarmista, é preocupante”.

Manuel Rodrigues voltou à carga, agora com um valor: “Confirma que o Fundo já perdeu mais de 500 milhões de euros em termos contabilísticos?”

Vieira da Silva continuou sem adiantar o valor concreto, preferindo destacar que o fundo não pode ser avaliado como um instrumento de poupança-reforma, mas como um instrumento "estável" que tem como objectivo "garantir uma almofada para ser utilizada num tempo que todos queremos que seja longínquo". "Não estou a minimizar os riscos", destacou. Contudo, "a análise tem de ser feita num período mais estendido".

"Sempre aconselharei uma gestão prudente desse mesmo fundo e espero ter a possibilidade de poder reforçá-lo, no final do ano, com novas dotações que advenham de uma boa execução das receitas da Segurança Social", acrescentou.

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