Vendas para a UE baixam e levam a queda de 2,6% das exportações

Exportações de veículos e de material de transporte condicionaram o volume de bens vendidos ao exterior em Fevereiro.

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Há mais exportadoras com maiores dificuldades em pagar empréstimos bancários Rui Gaudêncio

O quadro de recessão na zona euro, onde Portugal tem os principais mercados exportadores, está a condicionar as vendas de bens para fora do país. As exportações cresceram no arranque do ano, contrariando a tendência do final de 2012, mas Fevereiro voltou a ser um mês negativo para o sector exportador.

A saída de bens nacionais caiu 2,6% em Fevereiro face ao mesmo mês do ano passado, quando em Janeiro tinham aumentado 6,8% na comparação homóloga, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O escoamento de stocks caiu tanto para o chamado "mercado intracomunitário" – o principal cliente das exportações nacionais e, por isso, aquele que mais influencia a sua evolução –, como para os países que não pertencem à UE.

O volume de exportações no segundo mês do ano (3698 milhões de euros) ressentiu-se sobretudo por causa do comércio com os países da União Europeia (UE), onde a evolução das vendas de veículos e de outro material de transporte pressionou o conjunto de bens exportados, explica o INE.

As exportações para o espaço da UE totalizaram 2677 milhões de euros (menos 2,5% do que em Fevereiro de 2012 e menos 4% do que no mês anterior), enquanto para o mercado extracomunitário o volume exportado foi de 1021 milhões (menos 2,8% na comparação homóloga e menos 5,5% na comparação mensal).

A soma das exportações em Fevereiro está não só abaixo do montante que se registava um ano antes (em 99 milhões de euros), mas também do valor agora fixado para o mês anterior (em 172 milhões). Face a Fevereiro, as exportações caíram 4,4%, o que neste caso se explica com uma evolução negativa de quase todos os grupos de produtos exportados para países da UE, em particular nas vendas de máquinas e aparelhos, e ainda de plásticos e borrachas.

Num período de forte recessão como aquele que Portugal atravessa, as exportações têm mitigado a queda da actividade económica, marcada por uma contracção da procura interna, do consumo privado e público e do investimento. E um abrandamento das exportações reflecte-se inevitavelmente na evolução do produto interno bruto.

As exportações estão condicionadas pela evolução da actividade económica nos principais mercados europeus num quadro de recessão na zona euro. Foi, aliás, neste contexto que a contracção da saída de bens nos últimos três meses do ano passado ditou um agravamento da recessão no último trimestre para 3,8%.Para este ano, é esperado um abrandamento da saída de bens em relação a 2012 (o Banco de Portugal prevê um crescimento das exportações de 2,2%).

Para Espanha, o principal mercado de destino das exportações nacionais, a venda de bens caiu 5,7% em relação a Janeiro (para 856 milhões de euros) e 5,56% face a Fevereiro do ano passado. Já o mercado alemão totalizou 474 milhões de euros em exportações portuguesas, mais 0,66% do que em Janeiro, mas menos 7,41% do que um ano antes. Para o mercado francês as exportações totalizaram 436 milhões de euros, menos 4,46% em termos homólogos e menos 7% do que no mês anterior.

Quanto às importações, os dados de Fevereiro apontam para uma queda total de 6,4% face a Fevereiro, ligeiramente maior do que em Janeiro.
 
 

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