UGT: Carlos Silva quer mais celeridade do Governo para reverter austeridade

Central sindical reconhece "esforço" iniciado pelo executivo, mas diz que "ainda não chega".

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LUSA/MÁRIO CRUZ

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, defendeu este sábado que o Governo tem de ser mais célere e ambicioso na reversão das medidas de austeridade para dar esperança e melhorar as condições de vida e de trabalho dos portugueses.

"O Governo tem de ter mais ambição e ser mais célere, para que os portugueses acreditem que é possível virar definitivamente a página da austeridade e da enorme carga fiscal que pesa sobre as empresas e as famílias", disse Carlos Silva na intervenção que fez na abertura do XIII congresso da UGT, que decorre no Porto.

O sindicalista considerou que é tempo de reverter as medidas de austeridade impostas nos últimos anos para que os portugueses possam reaver os direitos que tinham antes da crise. "Não será certamente tudo revertido num dia, num mês ou até num ano. Esse esforço já teve início e foi aplicado pelo Governo actual, mas ainda não chega", afirmou.

Lembrando que este sábado se comemoram os 60 anos da assinatura do Tratado de Roma, Carlos Silva afirmou que a UGT quer estar na Europa, mas entre "aqueles que sempre apostaram numa Europa solidária, inclusiva, não discriminatória, uma Europa de direitos, uma Europa social, uma Europa dos cidadãos".

"Uma Europa onde os trabalhadores portugueses continuem a ser considerados dos melhores do mundo e em que, apesar dos nacionalismos, da xenofobia, do anti-islamismo e do antissemitismo e de tristes figuras como o senhor Dijsselbloem, que se vão vendo e ouvindo nas televisões e nos jornais, o nosso país seja visto com um símbolo de tolerância, multiculturalismo, segurança", disse.

O presidente do Eurogrupo foi alvo, pelas declarações polémicas que fez sobre os países do sul da União Europeia, de duras críticas de Carlos Silva, que considerou que este não comunga do ideal humanista e tolerante que presidiu à criação da União Europeia. "Senhor Dijsselbloem, demita-se. Tenha vergonha pela ofensa que proferiu e vá-se embora. Não tem lugar entre os democratas", afirmou perante os congressistas e convidados.

Numa entrevista publicada na segunda-feira no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o presidente do Eurogrupo afirmou que "não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda".

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