Trabalhadores do Alisuper renunciam a parte das dívidas para salvar empresa

Os trabalhadores do grupo Alicoop, que detém os supermercados Alisuper, a Macral e a Geneco, estão dispostos a prescindir do pagamento de parte dos subsídios de férias em atraso e dos créditos vencidos para tirar a empresa algarvia da insolvência.

Numa reunião que ontem juntou cerca de 300 funcionários ficou decidido o sentido de voto na Assembleia de Credores que, na próxima quarta-feira, vai decidir o destino do Alicoop. "Os trabalhadores manifestaram a intenção de lutar pela viabilização do plano", disse Sónia Correia, da comissão de trabalhadores.

Na passada sexta-feira os principais credores e fornecedores dos supermercados Alisuper reuniram-se com o BCP, Caixa Geral de Depósitos e BPN para tentar convencer a banca a aceitar um novo plano de recuperação da empresa algarvia. A intenção é converter em capital social 17 milhões de euros de créditos sobre o património do grupo.

O grupo de credores (que inclui fornecedores e senhorios das lojas) está disposto a injectar 1,6 milhões de euros, prescindindo a 50 por cento da dívida e de ajudas da banca. Caso haja recuperação, os supermercados Alisuper deverão começar a reabrir em Setembro com nova insígnia.

Por outro lado, um grupo de 32 trabalhadores que há dois anos tinha recorrido a empréstimos no BPN para injectar capital no Alicoop (e assim evitar a falência da empresa) tem recebido cartas da instituição bancária. O BPN reclama o pagamento de prestações em falta, ameaçando com a cobrança coerciva das dívidas que, segundo apurou o PÚBLICO, ultrapassam os 13.500 euros

Os cerca de 500 trabalhadores têm os contratos suspensos e nem todos terão emprego garantido, se a empresa recuperar. As dívidas do grupo ascendem os 80 milhões de euros.

Sugerir correcção
Comentar