Trabalhadores da Groundforce em greve nos aeroportos nesta terça-feira

Trabalhadores da Groundforce com forte adesão à greve atrasam partidas em Lisboa, diz sindicato. Empresa diz que adesão é de 26%.

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PÚBLICO

O sindicato dos trabalhadores dos aeroportos declarou-se esta manhã “bastante satisfeito” com a adesão à greve dos funcionários da Groundforce, que supera os 90% em algumas áreas, e que está a provocar atrasos nas partidas de hora e meia.

“Estamos bastante satisfeitos com alguma adesão demonstrada aqui em determinadas áreas, fulcrais por serem sujeitas à adaptabilidade e a este tipo de horários que são bastante penosos e praticados há quase ano e meio”, disse à Lusa Fernando Henriques, do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA).

Contudo, a empresa informa que a adesão de 26,5%, disse Fernando Faleiro, do departamento de comunicação da Groundforce, que acrescentou que a greve “não está a criar qualquer constrangimento” no funcionamento dos aeroportos.

Em áreas como carregamento e descarregamento dos aviões e reboque das aeronaves a adesão ronda os 90% e em alguns casos “nenhum trabalhador entrou ao serviço desde a meia-noite”, disse o sindicalista. “Consideramos que os trabalhadores estão a dar uma resposta inequívoca de que os horários de trabalho são algo que tem que ser revisto imediatamente, porque as pessoas não aguentam mais esta desorganização dos tempos de trabalho”, defendeu Fernando Henriques.

O sindicalista disse à Lusa que no aeroporto de Lisboa “ainda não houve nenhum voo que tivesse saído a horas e já se registam atrasos de uma hora e meia”, sendo previsível que os atrasos “se estendam por mais horas” no decorrer da manhã. Por seu lado, o responsável de comunicação da Groundforce admitiu apenas “ligeiros atrasos” devido à greve, enquanto outros atrasos se devem ao mau tempo, justifica.

O SITAVA prevê ainda uma demora na entrega das bagagens aos passageiros, até porque começa a escassear material livre necessário para realizar esse trabalho.

Segundo fonte oficial da TAP, ouvida pela Lusa, a greve não vai afectar a operação da transportadora portuguesa. Por seu lado, a ANA - Aeroportos de Portugal pede aos passageiros para chegarem mais cedo aos aeroportos e confirmarem o estado dos seus voos junto das companhias aéreas ou das agências de viagens.

O SITAVA, que representa 840 trabalhadores da Groundforce, avançou para a greve em protesto contra a reorganização dos tempos de trabalho, "que resulta em horários de nove e dez horas”, segundo a estrutura sindical.

Os trabalhadores da Groundforce voltam a parar no próximo dia 31, véspera do ano novo.

Pilotos da easyJet iniciam greve
Os pilotos da easyJet da base de Lisboa cumprem nesta terça-feira o primeiro de quatro dias de greve com a companhia aérea a afirmar que a maioria dos voos não será afectada ou está assegurada pelos serviços mínimos.

A greve foi convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e deverá voltar a repetir-se na quinta-feira, no próximo dia 31 e a 1 de Janeiro.

Segundo a companhia aérea de baixo custo, “a maioria dos voos programados para os dias 24 e 26 de Dezembro não será afectada pela greve ou está assegurada pelos serviços mínimos”, referindo que a “única excepção é para os voos para Berlim, Liverpool e Madrid, que poderão sofrer algum impacto”.

Para estes voos, e de forma a “minimizar os inconvenientes” para os passageiros, a easyJet está a desenvolver o plano de contingência. A companhia aérea recomenda aos passageiros que verifiquem o estado do voo no ‘site’ da empresa antes de se dirigirem para o aeroporto, pois “poderão registar alguns atrasos”.

O SPAC acusa a easyJet de não estar a cumprir os “acordos assumidos”, de estar a criar “restrições e expedientes dilatórios que têm tornado impossível a celebração de um acordo de empresa” e de não estar a respeitar o “compromisso de transferência de alguns pilotos para o seu país de origem”.

A estrutura sindical diz ainda que a easyJet assinou, a 20 de Agosto, um acordo com os seus pilotos na base de Lisboa, mas não está a honrá-lo. A easyJet tem 43 pilotos nesta base.
 
 

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