A Topshop, marca britânica de moda rápida do segmento Zara e H&M, regressa ao mercado português no primeiro trimestre de 2016. Uma loja de grandes dimensões vai abrir portas no Centro Comercial Colombo, em Lisboa.

Não sendo uma estreia no mercado de retalho português - a Topshop já esteve instalada na Rua do Carmo, em Lisboa, em 1998, com linha feminina e masculina -, o novo espaço da marca, ausente do país há mais de 15 anos, faz com que esta totalize, no ano que vem, 569 lojas em todo o mundo.

A nova Topshop em Lisboa terá mais de 1000m2 e vai ocupar, a par outras insígnias (como a Lefties, do grupo que detém a Zara) o espaço onde estava a Sportzone, segundo afirmou ao PÚBLICO Elsa Monteiro, responsável de comunicação empresarial da Sonae Sierra, que gere o centro comercial lisboeta.

Para a Sonae Sierra, a Topshop é “uma marca que acrescenta valor” à oferta dos vários shoppings da empresa. Questionada sobre se há planos de abertura de mais espaços, Elsa Monteiro admitiu ser “natural que se equacione a abertura noutros centros”, mas sem planos oficiais nesse sentido.

No último ano, a Topshop expandiu-se em outros mercados em regime de franchising, um modelo que consiste numa parceria, na qual uma empresa dá a outra o direito de utilizar a sua marca e modelo de gestão, e explorar produtos e serviços mediante uma contrapartida financeira. Entre as aberturas celebradas neste regime contam-se a flagship store Topshop/Topman na Nova Zelândia, duas lojas na Austrália e uma no Canadá. O PÚBLICO tentou perceber junto do grupo detentor da Topshop se é esse o modelo de negócio escolhido para o mercado nacional, mas a empresa não comentou o regresso ao mercado de retalho português.

Conhecida pelas linhas próprias mas também pelas colecções-cápsula fruto de colaboração com designers (caso da colecção dos portugueses Marques’Almeida em Outubro de 2014) ou outras personalidades (Kate Moss desenhou 14 colecções especiais para a marca), a sua linha de maquilhagem (lançada em 2010) e pelas presenças na Semana de Moda de Londres, a TopShop é uma das marcas de retalho de moda acessível mais populares do mundo.

A Topshop estreou-se em 1964 como uma marca própria de moda feminina dirigida a um público jovem dentro de uma pequena rede de lojas - Peter Robinson - e autonomizou-se nos anos 1970, altura em que se lançou também no segmento masculino com a TopMan. Em 1994, instalaram a sua flagship store (loja-mãe) no número 214 da Oxford Street, no centro da capital londrina. 

Propriedade do grupo Arcadia – que detém também as marcas de moda Miss Selfridge, Dorothy Perkins (com uma loja no Funchal), Outfit, Burton Menswear ou Evans – do multimilionário britânico Sir Philip Green desde 2002, tem lojas em 42 países e vendas online para 100 (incluindo Portugal).

O mercado online é uma das grandes apostas do grupo, cujas vendas digitais subiram mais de 23% no último ano. No ano fiscal terminado a 29 de Agosto, a facturação global do grupo ascendeu a 2069 milhões de libras (cerca de 2862 milhões de euros, ao câmbio actual), o que representa uma subida de 1,7% face ao ano anterior.

No entanto, olhando para as vendas like for like (que não conta com novas aberturas, analisando apenas um universo comparável), verifica-se que estas sofreram uma descida de -0,7% no período em análise.

Os lucros operacionais foram de 251,6 milhões de libras (cerca de 348 milhões de euros), acima dos 238,4 milhões do ano anterior.

Para a Primavera de 2016, o grupo britânico tem ainda previsto o lançamento de uma empresa de moda de street wear desportiva, a Parkwood Topshop Athletic, que resulta de uma parceria cantora Beyoncé, e onde cada um detém 50% do capital. Com Joana Amaral Cardoso