Temporal de 4 e 7 de Janeiro custou ao sector segurador 11,5 milhões de euros

APS garante que prémio do seguro automóvel baixou 100 euros nos últimos 10 anos em consequência da menor sinistralidade, por maior segurança na condução, melhor construção dos veículos, maior fiscalização policial e melhores vias de circulação

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O temporal dos primeiros dias de Janeiro de 2014 vão custar ao sector segurador 11,5 milhões de euros

O mercado segurador cresceu 20,1% em 2013, em comparação com 2012, com um volume de prémios de 13 mil milhões de euros, sustentado na expansão de 34% do sector vida (seguros financeiros), onde a produção ascendeu a 9,2 mil milhões, revelou esta manhã a Associação Portuguesa de Seguradores

Já o ramo não vida caiu globalmente 3,4%, ainda que as áreas da saúde/doença (mais 3%) e da habitação (mais 1,7%) tenham evoluído positivamente, o que não foi suficiente para compensar as quedas dos seguros automóveis (menos 5,5%) e de acidentes de trabalho (menos 8%).

“Em 2013 a expectativa é que os resultados da actividade seguradora sejam superiores aos registados em 2012 [em que lucraram 542 milhões de euros] e que a maioria das companhias tenha lucros, uma situação que estará ligada à evolução do mercado de capitais [onde as empresas investem]”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), Pedro Seixas Vale, durante um encontro com os jornalistas, que admitiu ainda uma evolução igualmente positiva em 2014.

Em Setembro de 2013 as seguradoras a operar em Portugal tinham cerca de 10 mil milhões de euros aplicados em títulos de divida portuguesa (mais dois mil milhões que em 2012), ou seja, cerca de 66% da sua carteira de investimentos em obrigações de vários Estados.

Para Pedro Seixas Vale a actividade em 2013 ficou marcada pela “menor sinistralidade, nomeadamente no ramo automóvel, pela mudança do perfil das companhias seguradoras, com impacto nos resultados financeiros, pelo ajustamento do modelo de negócio ao ciclo económico, pela estabilidade de emprego, pelo acesso das seguradoras aos mercados internacionais de resseguro, sem registarem dificuldades, pela independência total do sector ao Estado”.

O gestor realçou ainda o facto de as seguradoras terem, de novo, “demonstrado a sua eficiência enquanto gestoras de poupanças”, um mercado que aumentou 42%, nomeadamente na colocação de planos de poupança reforma-PPR (11,8% da produção do ramo Vida), que subiram cerca de 37%. O ano passado a produção seguradora Vida e Não Vida cifrou-se em 13 mil milhões, mais 20,1%, contrariando a tendência de queda registada em 2012 (6,4%) e 2011 (28,7%).

2013: ramo automóvel com menor sinistralidade apesar do número de veículos ter aumentado
No ramo não vida a produção automóvel recuou 5,5%, segundo os dados da APS [que representa as empresas e representa 98% do mercado nacional].

Por seu turno, Miguel Guimarães, outro responsável da APS, lembrou que “a sinistralidade automóvel caiu em 2013, ainda que o número de veículos seguros tenha aumentado 0,7%”, totalizando 7,1 milhões, o que “mostra uma inversão da tendência de 2012, em que, pela primeira vez, o parque automóvel português sofreu uma redução”. “Houve ainda um ajustamento do prémio médio do seguro automóvel que baixou, nos últimos 10 anos, cerca de 100 euros”, observou.

Para a APS a melhoria da sinistralidade (os acidentes são de menor gravidade o que explica que o número de mortes por acidentes tenha caído 3,6%) no ramo automóvel traduz quatro variáveis: “os automóveis são hoje mais seguros do que há 10 anos; as estradas nacionais melhoraram significativamente, o que reduz a frequência dos acidentes; existem, actualmente, mais meios de monotorização por parte das autoridades policiais; os condutores estão a conduzir de modo mais seguro”.

Entre 2010 e Janeiro de 2013 o sector segurador pagou de sinistros graves de causas naturais (temporais, tornados) cerca de 237,3 milhões de euros. De acordo com a APA os temporais que atingiram a Madeira em 2010, custaram ao sector 132 milhões de euros, enquanto o de Janeiro de 2013 se cifrou em 100 milhões.

Já o temporal registado em Portugal continental, entre 4 e 7 de Janeiro deste ano, e que teve maior impacto no distrito do Porto, irá custar ao sector cerca de 11,5 milhões de euros (5.544 participações). 

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