TAP mantém três voos semanais para a Venezuela

O presidente da empresa diz não ver nenhuma dificuldade" em ter o Estado como dono de metade do capital.

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Fernando Pinto, presidente da TAP, não vê problemas em trabalhar com o Estado Miguel Manso

A TAP vai manter a operação para Caracas, na Venezuela, de três voos semanais, apesar do agudizar da crise económica e da retenção de capitais, que já levaram várias companhias aéreas a cancelar o destino.

"Fizemos alterações ao longo do tempo. Agora vamos manter a operação", garantiu o presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, à margem da conferência da imprensa em que a transportadora anunciou o reforço de conteúdos a bordo dos aviões de longo curso, através de uma parceria com a Sport TV. O acordo, assinado com o presidente da Sport TV, Joaquim Oliveira, prevê que os 20 aviões de longo curso da TAP passem a disponibilizar aos seus passageiros um noticiário diário com cerca de 30 minutos.

Em declarações aos jornalistas, Fernando Pinto realçou a importância da operação da TAP para a comunidade portuguesa na Venezuela, adiantando que continuam a decorrer negociações para recuperar os capitais retidos, que penalizaram os resultados em 2015. "Reduzimos a operação ao longo do tempo até porque o mercado reduziu drasticamente, mas por enquanto a nossa decisão é manter, principalmente em respeito pela grande comunidade portuguesa que existe naquele país", declarou o gestor.

No sábado, a companhia aérea alemã Lufthansa anunciou que vai suspender os voos entre a Venezuela e a Alemanha a partir de 18 de Junho devido à impossibilidade de trocar as receitas para dólares norte-americanos e à baixa procura de voos. Na segunda-feira, foi a vez da Latam, a principal companhia aérea da América Latina, suspender indefinidamente os voos com destino à Venezuela. A TAP consolidou nas contas do ano passado 91,4 milhões referentes a vendas na Venezuela, cujo valor ainda não foi transferido, situação agravada por diversas desvalorizações cambiais.

Na conferência de imprensa, Fernando Pinto afirmou ainda estar à vontade a liderar uma empresa em que o Estado detém 50% do capital. "Geri esta empresa, durante 15 anos, 100% do Estado. Não vejo nenhuma dificuldade, porque o Estado sempre respeitou todas as decisões que a empresa precisava de tomar", afirmou o gestor.  O Governo e a Atlantic Gateway assinaram a 20 de maio o acordo de compra e venda de acções da TAP, que permitirá ao Estado ficar com 50% do capital da transportadora aérea, em vez dos anteriores 34%.

O presidente da TAP realçou também que os planos e os investimentos previstos pelo consórcio Atlantic Gateway, que junta os empresários David Neelman e Humberto Pedrosa, são para manter. “Vamos continuar com os nossos investimentos”, declarou.

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