A apreciação do dólar, provocada pela expectativa de uma nova subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana, está a produzir esta segunda-feira vários efeitos nos mercados internacionais, que incluem a descida dos preços do petróleo e a fixação do yuan pelas autoridades chinesas no seu valor mais baixo dos últimos cinco anos.

De acordo com os dados publicados pela agência Reuters, o valor dos futuros do Brent baixaram 22 cêntimos de dólar por barril esta esta segunda-feira para 49,1 dólares. Esta descida está, de acordo com os analistas, relacionada directamente com a subida que se tem vindo a verificar durante a última semana no valor do dólar face à generalidade das restantes divisas internacionais.

Um dólar mais forte faz com que, nas outras economias internacionais, o preço de matérias-primas como o petróleo (cuja denominação é feita em dólares) fique relativamente mais elevado, o que pode conduzir a uma redução da procura.

A apreciação do dólar tem vindo a acentuar-se nos últimos dias em resultado de um fortalecimento das expectativas de uma subida das taxas de juro nos EUA. As recentes declarações da presidente da Reserva Federal, Janet Yellen, que afirmou ser “apropriado” elevar “de forma gradual e cautelosa” as taxas durante os próximos meses, vieram reforçar esta tendência esta segunda-feira. Já esta segunda-feira, um dos outros membros da Fed, James Bullard, disse acreditar que os mercados "estão bem preparados para uma subida das taxas de juro".

Em resultado desta força do dólar, as autoridades chinesas anunciaram também esta segunda-feira uma nova descida do valor base a que fixam a sua divisa. O yuan está agora com o seu valor mais baixo face ao dólar dos últimos cinco anos. Nas suas transacções feitas na China, o yuan pode ainda assim variar dentro de um intervalo de mais ou menos 2% do que o valor base fixado pela autoridades.

Uma descida do yuan pode constituir uma vantagem para as exportações chinesas, mas ao mesmo tempo aumenta o risco de fuga de capitais do país.