Sindicato fala em reunião "muito produtiva" na Autoeuropa

"Ficaram abertos os canais de diálogo com vista a uma solução para os novos horários de laboração contínua", afirmou à Lusa o responsável do Sitesul.

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Administração quer esperar pela nova comissão de trabalhadores para voltar às negociações Miguel Manso

O coordenador do Sitesul - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (afecto à CGTP) afirmou que a reunião com a administração da Autoeuropa realizada esta quinta-feira à tarde "foi muito produtiva".

"Ficaram abertos os canais de diálogo com vista a uma solução para os novos horários de laboração contínua que agrade a todas as partes", disse à agência Lusa Eduardo Florindo, sem mais detalhes

Esta foi a primeira reunião que se realizou entre as duas partes após a greve de 30 de Agosto (a primeira por razões laborais na fábrica de Palmela), contra o trabalho obrigatório aos sábados por causa da produção do novo modelo, o SUV T-Roc. Segundo as informações da empresa, a paralisação teve uma adesão de 41% dos trabalhadores.

Esta sexta-feira, a unidade da Volkswagen em Setúbal, liderada por Miguel Sanches, vai receber outro sindicato, o SIMA – Sindicato das Industrias Metalúrgicas e Afins, afecto à UGT.

No entanto, e apesar destes encontros, Autoeuropa tem dito que só retoma o processo negocial com Comissão de Trabalhadores (CT), que deverá ser eleita dia 3 de Outubro. A que estava em funções demitiu-se após os trabalhadores terem rejeitado o pré-acordo estabelecido com a administração.

Até ao momento, já foram produzidos na unidade de Setúbal cerca de 800 modelos do T-Roc, mas tendo ainda como destino não o circuito comercial, mas antes eventos como salões automóveis ou exposições. Até ao final do ano, a estimativa é de 28 mil unidades, número que dispara para cerca de 180 mil em 2018. Por causa dessa meta, o grupo alemão afirma que é preciso alterar o modelo de trabalho, passando a ter, a partir do início do próximo ano, três turnos diários em seis dias da semana, de modo a cumprir as metas previstas (ao mesmo tempo, o T-Roc implica a contratação de novos trabalhadores). 

A laboração ao sábado implica “uma folga fixa ao domingo e outra rotativa ao longo da semana”, segundo ficou então estabelecido. Em troca, a VW efectuaria “um pagamento mensal de 175 euros adicional ao que está previsto na lei, 25% de subsídio de turno e a atribuição de um dia adicional de férias”. Foram estas condições que foram rejeitadas pelos funcionários, contrários à ideia de ter o sábado como dia normal de trabalho. Com Lusa

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