Sindicato desafia autarcas e população para movimento pela conclusão do Túnel do Marão

Foto
A obra está parada há 17 meses e o estaleiro tem sido desmontado Paulo Pimenta

O presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, voltou a subir esta terça-feira à serra do Marão, junto a uma das bocas do túnel, para protestar contra paragem da obra.

“Como podem verificar aqui em baixo, estão a desmontar o estaleiro. Aqui já estão investidos mais de 300 milhões de euros”, apontou. O Sindicato da Construção desafiou autarcas e população a juntarem-se num movimento de defesa da construção da Auto-estrada do Marão, numa altura em que se verifica ao desmantelamento do estaleiro junto ao túnel.

As obras na Auto-estrada Transmontana, que vai ligar Amarante a Vila Real ao longo de 30 quilómetros, pararam há 17 meses. Este empreendimento inclui a construção de um túnel rodoviário de 5,6 quilómetros. A Auto-estrada do Marão está executada a 70 % e paga em cerca de metade do seu valor total.

José Augusto Nogueira vive na Boavista e todos os dias espreita para o túnel. Nos últimos dias tem observado, segundo disse à agência Lusa, a saída de “muitos camiões carregados de materiais”.

Albano Ribeiro lamentou que nenhum autarca ou deputado eleito pelo Porto, Vila Real e Bragança, tenha aceitado o convite para se juntar ao sindicato nesta conferência de imprensa. O responsável defendeu um maior esforço nesta matéria e desafiou todos os autarcas, desde Amarante a Vila Real, e a população, a juntaram-se “num movimento de defesa da reabertura dos túneis do Marão”. Para o efeito, referiu que irá promover para breve um encontro, em Vila Real.

O responsável aproveitou ainda para anunciar a primeira audiência com um membro do Governo conseguida pelo sindicato após a suspensão dos trabalhos. A reunião com o secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas decorre no dia 27, em Lisboa.

Albano Ribeiro denunciou ainda o roubo de materiais ao longo da auto-estrada, que disse estar “completamente abandonada”. Para além disso, relembrou os trabalhadores que tiveram que emigrar após a paragem da obra e as empresas que foram à falência.

A manutenção dos túneis está a ser feita pelo consórcio construtor, a Infratúnel, e o contrato com a EPOS, empresa que estava a escavar o túnel, termina no final de Dezembro. Ao longo dos últimos tempos têm sido também lançados vários avisos contra a degradação das infra-estruturas já construídas, como a escavação dos próprios túneis e os 13 viadutos.

Na semana passada, os deputados do PS alertaram para a falta de verbas orçamentadas, via Orçamento do Estado (OE) ou QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional, para a concretização da obra. “Não se perspectivam soluções. O Governo é absolutamente incompetente na solução deste problema”, afirmou o socialista Rui Santos.

Contactado pela Lusa, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia referiu apenas que há verbas inscritas no QREN para a obra, não especificando qual a verba nem de que forma ela será aplicada. O Governo anunciou em Junho a inscrição de 200 milhões de euros na reprogramação do QREN para a Auto-estrada do Marão.

Sugerir correcção
Comentar