Reguladores dão luz verde à recapitalização da CGD

Ao todo são usados 2817 milhões para absorver perdas do passado.

Foto
paulo pimenta

O Caixa Geral de Depósitos informou o mercado de que recebeu luz verde do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco de Portugal para iniciar a primeira fase do processo de recapitalização.

Em concreto, o banco público vai avançar para a utilização das reservas livres de maneira a cobrir os prejuízos de exercícios anteriores, seguindo-se, primeiro, um aumento de capital e depois uma redução do capital social.

De acordo com a CGD, a operação passa por usar reservas no valor de 1413 milhões para cobrir prejuízos do passado. Depois, vai aumentar o capital em 1390 milhões, (900 milhões do capital contingente --  os CoCo's -- e 490 milhões por via dos 50% do capital da Parcaixa). Após isso, numa operação harmónio, o capital (no valor de 7329 milhões) é reduzido em 6000 milhões: 1404 milhões para absorver mais prejuízos e 4595 milhões para reservas livres. Ao todo, são usados 2817 milhões para absorver perdas resultantes, por exemplo, de créditos que não foram pagos.

A informação enviada ao mercado confirma que a injecção de dinheiro pelo Estado no banco até 2700 milhões de euros e que a emissão de dívida junto de investidores privados, no valor de 500 milhões de euros, ocorrerá depois de serem conhecidas as contas de 2016. Ou seja, esta fase do aumento de capital apenas acontecerá em 2017. Depois disso, será então a vez de ir buscar outros 500 milhões aos investidores privados.

A CGD está numa fase de mudança de gestão, tendo sido colocadas dúvidas sobre a continuidade do aumento de capital já acordado com as instituições europeias e que ascenderá a cerca de 5000 milhões de euros.

A 27 de Novembro, após cinco semanas de polémica, sobretudo em torno da recusa da entrega das declarações de rendimento e património no Tribunal Constitucional, António Domingues apresentou a sua renúncia da presidência da CGD, mas ficando no cargo até final do ano.

Poucos dias depois, o Governo anunciou que será Paulo Macedo, antigo ministro da Saúde do governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho, que sucederá a António Domingues na liderança da Caixa. com Lusa

Sugerir correcção
Comentar