Rede de fibra da PT já alcança quatro milhões de casas
Desde o final de 2015, a PT já estendeu a infra-estrutura a mais 1,5 milhões de casas. A meta são 5,3 milhões de lares cablados com fibra até 2020.
Já existem quatro milhões de casas em Portugal com capacidade para receber serviços assentes na rede de nova geração da PT. A empresa do grupo Altice anunciou nesta quinta-feira que já levou a sua rede de fibra óptica a quatro milhões de casas. O marco representa 1,5 milhões de casas passadas com fibra desde o final de 2015, quando a PT anunciou a meta de chegar aos 5,3 milhões de casas até 2020, para alcançar “a cobertura integral da população portuguesa” com fibra. Actualmente, o número de clientes fixos da PT com serviços assentes em fibra é de cerca de 640 mil (a base de clientes particulares da rede fixa ronda actualmente os 1,5 milhões).
Este número redondo foi o pretexto para a nova presidente da PT, Cláudia Goya, fazer a sua primeira aparição pública. Um momento “importante não apenas para a PT e para a Altice, mas também para os portugueses e Portugal”, afirmou a gestora, que em Julho substituiu Paulo Neves, e que destacou o investimento “como um grande caso de sucesso ao nível da Europa e do mundo".
A PT aproveitou o anúncio do alargamento da rede aos quatro milhões de lares para lançar em simultâneo um novo router wi fi que o administrador com o pelouro tecnológico, Alexandre Fonseca, classificou como “uma das caixas mais desenvolvidas do mundo “.
Concebido e desenvolvido pelos engenheiros da Altice Labs, em Aveiro, e integralmente produzido em Portugal (“até o plástico” é fabricado em unidades no centro do país), o novo equipamento põe a Altice a marcar “a agenda da inovação tecnológica a nível mundial”, disse Alexandre Fonseca. Porquê? Porque “permite velocidades dez vezes mais rápidas nos wifi domésticos, mesmo com vários equipamentos ligados em simultâneo”, garantiu o administrador responsável pela área do consumo, João Epifânio.
Os novos pacotes comerciais construídos em torno deste novo Wi-Fi Fiber Gateway (com velocidades de download de 1 Gigabit por segundo e 200 Mbps no upload) começam nos 44,99 euros e vão até aos 83,99 euros. Segundo o administrador da PT, as novas ofertas da Meo têm velocidades cinco vezes superiores de download e dez vezes mais de upload face às da concorrência. Ainda assim, João Epifânio reconheceu que o actual nível de desenvolvimento dos equipamentos (como os smartphones) não permitem retirar pleno partido das novas velocidades que o equipamento está preparado para proporcionar.
Destacando que a rede da PT é “à prova de futuro” e que as novas ofertas garantem as velocidades necessárias para situações como aquelas em que numa família com vários membros é frequente que cada um tenha mais do que um dispositivo ligado à Internet, Epifânio fez ainda referência aos dados mais recentes da Anacom – os do primeiro trimestre – para destacar a posição de mercado da PT: “Reforçámos a liderança no móvel e garantimos a liderança nos pacotes de televisão”.
Segundo os dados, a PT/Meo tem uma quota de mercado global de 43,9%, mais 13,7 pontos que o segundo operador, a Nos, e 12,7 milhões de serviços vendidos, mais quatro milhões do que a rival directa. “A liderança faz-se nos dois planos, no tecnológico e nas escolhas dos consumidores; penso que temos dado provas sólidas nos dois”. O objectivo passa por conseguir "fazer migrar a maior parte da base de clientes fixos para a fibra" e também "por ir buscar clientes" à concorrência para rentabilizar o investimento nas redes de nova geração, disse João Epifânio.
Alexandre Fonseca assinalou ainda o facto de a tecnologia desenvolvida em Portugal estar a ser exportada para outros mercados da Altice e de já ser utilizada por 250 milhões de pessoas, em 35 países.
Quanto ao plano de expansão da rede de fibra em Portugal, que o responsável pela área tecnológica da PT/Meo, definiu como um “investimento único no mundo”, e cujo final poderá vir a ser antecipado, tendo em conta que a PT “já está à frente do que estava previsto” até 2020, também destacou o seu impacto socioeconómico.
O gestor notou que toda a tecnologia e todos os componentes da rede são desenvolvidos e produzidos em Portugal e que o facto de a PT ter optado por "infra-estruturar todo o país" e não apenas as maiores cidades contribui para “reduzir as assimetrias regionais” e para “fixar pessoas” em localizações do interior, “criando empresas e emprego”.