Recessão em Espanha não condiciona reformas, diz Ministro da Economia

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O governante quer combater a "tradição" portuguesa de importar muito mais do que exportar Enric Vives-Rubio

A recessão em Espanha, principal mercado das exportações portuguesas, não vai condicionar a agenda de reformas estruturais do Governo e a diversificação de mercados deixará a economia “menos vulnerável” a essas oscilações, disse o ministro da Economia.

Álvaro Santos Pereira falava a jornalistas em Madrid, onde se encontrou com o ministro espanhol da Industria, Energia e Turismo, José Manuel Sorria, com quem analisou o dossier de energia, em preparação para a cimeira ibérica de Maio.

Questionado pela Lusa sobre o eventual impacto que a recessão espanhola, prevista para este ano, terá no mercado de exportações nacionais, Santos Pereira defendeu as reformas em curso para tornar a economia portuguesa mais competitiva.

A recessão, disse, “não irá condicionar a agenda de reforma estrutural em curso” que inclui medidas que “irão libertar o crescimento económico, removendo obstáculos a esse crescimento económico”.

“Existe uma clara diversificação do destino das nossas exportações, com novos mercados. O mercado espanhol é muito importante mas é de assinalar essa diversificação que nos está a tornar menos vulneráveis a essas oscilações do mercado europeu”, disse.

O governante português considerou que os indicadores demonstram que a reestruturação da “economia real” já existe, principalmente no sector externo, com “valores recorde de taxa de cobertura nos últimos meses e claramente numa tendência crescente” e uma “diminuição bastante significativa do défice comercial”.

“O grande problema que temos ao nível da economia portuguesa, o mais premente e que mais nos preocupa, é o endividamento da economia nacional como um todo, as famílias, as empresas, a parte pública, ao exterior”, considerou.

“Só conseguimos combater a divida externa se aumentarmos as fontes de financiamento, poupando mais e atraindo mais capital para Portugal e principalmente combatendo o que é o maior problema de Portugal há décadas: o défice comercial”, disse.

Santos Pereira afirmou que “por tradição” Portugal “importa muito mais do que exporta” mas que “o processo de reestruturação da economia está a fazer com que as empresas e os empresários se virem cada vez mais para o exterior e sejam mais competitivos nos mercados globais”, disse.

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