Rajoy promete descida de impostos em Espanha

Na rentrée do PP espanhol, o chefe de Governo ensaiou o discurso da recuperação da economia. “Espanha levantou a cabeça num tempo recorde”, insistiu.

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Rajoy, no castelo de Soutomaior, com o presidente da Galiza, Alberto Núñez Feijóo Miguel Vidal/Reuters
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O chefe de Governo mostrou-se “orgulhoso” de todos os membros do executivo Miguel Vidal/Reuters

Mariano Rajoy estava rodeado de militantes do Partido Popular espanhol na rentrée política dos conservadores e, com uma frase, ecoou mais uma salva de palmas no castelo de Soutomaior, Pontevedra: “Virei aqui, dentro de um ano, a Soutomaior, anunciar uma descida de impostos”.

A lutar contra o desgaste do Governo nas sondagens, o presidente do executivo espanhol garantiu, no sábado, que nada o vai distrair do objectivo de sair da crise económica. Centrando o discurso na unidade do Governo e na recuperação da economia espanhola, que espera ver nos próximos meses, lançou a frase meteórica com a promessa de uma diminuição da carga fiscal.

“As coisas não estão bem, [mas] estão melhores do que há um ano”. E, segundo Rajoy, daqui a um ano, quando a actividade económica estiver melhor, será tempo de falar em menos impostos.

Minado na credibilidade por causa das suspeitas de contabilidade paralela e ilegal no PP, e em rota descendente nas sondagens, Rajoy procurou animar o partido, nota o jornal El País. E se a promessa marca a rentrée política deste ano, não marca menos a rentrée de 2014, seja qual for o cenário que o chefe de Governo trouxer preparado para o habitual discurso do líder do PP em Soutomaior.

Este ano, o chefe de Governo repetiu, na Galiza, os argumentos sobre a resposta do Governo à crise: Espanha continua a enfrentar problemas, mas a situação mudou; e o que é importante é resolver a crise económica e financeira. “Nada me vai distrair desse objectivo; não vou renunciar a essa prioridade e não vou mudar o rumo que traçámos” no debate de investidura do Governo.

Rajoy quer lançar até ao final do ano a reforma do sistema de pensões e, segundo o El País, a ministra do Emprego, Fátima Báñez, procura evitar um novo confronto com os sindicatos, suavizando uma proposta, de um grupo de trabalho, para o ciclo económico ser um dos factores de sustentabilidade usados como indicadores para calcular as pensões de reforma.

Em Soutomaior, rodeado de árvores e com o castelo ao fundo, Rajoy procurou passar uma mensagem de tranquilidade sobre a situação do país e do Governo, considerando que as reformas em curso darão frutos e dizendo-se “orgulhoso” de todos os membros do executivo. “Espanha levantou a cabeça num tempo recorde”, argumentou.

Quarta maior economia da zona euro, Espanha entrou em 2013 no segundo ano de recessão e enfrenta um nível de desemprego historicamente elevado: mais de um quarto da população activa (26,3%) não encontra lugar no mercado de trabalho, havendo registo de 5,9 milhões de desempregados, segundo o Eurostat.

Com o consumo privado em queda, a procura interna a recuar e o investimento a diminuir, Espanha continuou em recessão no segundo trimestre. Embora a queda do PIB tenha abrandado, houve uma contracção de 0,1% do Produto Interno Bruto em relação aos três primeiros meses do ano e uma queda de 1,6% face ao trimestre homólogo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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