Rio Forte e Oi empurram Pharol para prejuízo de 75 milhões

A Pharol, accionista maioritária da Oi, reduziu em 2016 os prejuízos para 75,1 milhões de euros, face aos 693,9 milhões de euros de perdas em 2015, segundo o relatório e contas consolidadas de 2016 da empresa.

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SR Sandra Ribeiro

Divulgado hoje na Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), o relatório da Pharol, liderada por Luís Palha da Silva, justifica os prejuízos com uma perda de 48,7 milhões de euros, devido à redução do valor expectável de recuperação do instrumento de dívida Rio Forte, e uma perda líquida de 4,9 milhões de euros relativos à desvalorização da opção de compra sobre acções da Oi.

A estes factores juntam-se ainda os custos operacionais consolidados de 7 milhões de euros e a perda líquida de 13,2 milhões de euros decorrente da imparidade registada sobre o investimento da Oi e da apropriação dos resultados da Oi incluindo os respectivos ajustamentos efectuados.

A empresa adianta ainda no relatório que, "em 31 de Dezembro de 2016, a estimativa de recuperação dos instrumentos de dívida emitidos pela Rio Forte é de 9,56% do seu valor nominal".

"No que diz respeito à Rio Forte, a Pharol não pode deixar de mostrar-se insatisfeita com o ritmo a que se tem desenrolado o processo de falência e irá envidar esforços suplementares para obter resultados mais concretos em prazos razoáveis", diz Palha da Siva, citado no documento.

Os custos operacionais consolidados caíram para 7 milhões de euros em 2016, face aos 16,2 milhões de euros em 2015, devido à elevada redução de serviços de terceiros relacionados com consultoria e assessoria legal, custos menores com pessoal e impostos indirectos também menores.

"Durante o ano de 2017, prosseguirão os esforços de contenção de custos da Pharol, procurando-se, uma vez mais, forte redução", sublinha o presidente da Pharol.

A Pharol tinha, no final de 2016, como principais activos 27,2% do capital social total da Oi, correspondente a 183.662.204 acções ordinárias da operadora de telecomunicações brasileira, além dos instrumentos de dívida da Rio Forte com um valor nominal de 897 milhões de euros e da opção de compra sobre 42.691.385 acções ordinárias e 85.382.770 acções preferenciais da Oi.

Palha da Silva constata ainda que "a Oi encontra-se numa fase crucial do seu processo de recuperação judicial, havendo uma aparente vontade de todos os seus 'stakeholders' (partes interessadas) de que se chegue a um entendimento no mais breve espaço de tempo".

"Pelo seu lado, a Pharol, como maior accionista da empresa, fará tudo o que estiver ao seu alcance para que, de acordo com o calendário indicado, seja possível realizar a assembleia-geral de credores ainda no 3.º trimestre deste ano", afirma.

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