Queda das exportações abranda em Maio para 0,7%

Vendas para fora da União Europeia caíram 10% face a Maio de 2015. Sem os combustíveis, o desempenho das exportações é positivo.

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As exportações de material de transporte, peças automóveis e acessórios subiram 1% em termos homólogos JOANA BOURGARD

As exportações portuguesas continuam a diminuir, ainda pressionadas pelas vendas para fora da União Europeia (UE), mas em Maio as vendas para os países extracomunitários tiveram um desempenho menos negativo do que nos meses anteriores, atenuando a queda do comércio de bens para o estrangeiro.

Em Maio, mostram dados publicados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de bens diminuíram 0,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, ao mesmo tempo em que as importações diminuíram 3,6%.

Excluindo os combustíveis e lubrificantes, o desempenho das vendas ao estrangeiro é positivo, tal como tinha acontecido nos primeiros meses do ano, em que as contas foram pressionadas pela paragem de produção numa refinaria da Galp. Sem considerar os combustíveis, as exportações tiveram em Maio um crescimento de 2,2% (as importações, também excluindo os combustíveis, subiram 6,8%).

O INE sublinha que há um ano (desde Junho de 2015) as exportações e importações excluindo os combustíveis e lubrificantes “têm registado crescimentos superiores aos da totalidade das exportações e importações”, reflectindo “em larga medida o impacto da redução dos preços” da cotação dos produtos petrolíferos nos mercados internacionais.

Em Maio, aliás, as vendas de combustíveis ao estrangeiro baixaram 32,9% face a Maio do ano passado. Já as máquinas e outros bens de capital tiveram um aumento de 9,8%, as exportações de produtos alimentares e bebidas subiram 5,8% e o material de transporte, peças automóveis e acessórios registaram um crescimento de 1%.

Para os 27 parceiros europeus, as vendas continuaram a crescer (2,7% em termos homólogos, abaixo do ritmo de Abril, em que cresceram 4,1%). Para os países de fora da UE, o sector exportador teve uma quebra de 10,1% em Maio face ao mês homólogo de 2015, abrandando em relação às quebras dos meses anteriores, em que houve contracções entre os 15% e os 20%.

Angola com queda de 43%

Feitas as contas aos cinco primeiros meses do ano, o balanço é ainda negativo, com as exportações a recuarem 1,7% em termos homólogos. Ao estrangeiro, Portugal vendeu bens no valor de 20.334 milhões de euros, menos 343 milhões do que igual período do ano passado. Para a UE, o principal destino das mercadorias nacionais (para onde vão mais de três quartos das vendas), as vendas atingiram os 15.697 milhões de euros, um aumento de cerca de 560 milhões face ao desempenho até Maio do ano anterior.

Espanha, França e Alemanha, os principais destinos, continuaram a permitir ganhos nas exportações portuguesas, com as exportações para os dois primeiros mercados a registarem um crescimento homólogo de 5% e para a Alemanha uma variação mais contida, crescendo apenas 0,1% face a Maio do ano passado.

Para o Reino Unido – que agora terá de negociar os termos da saída da União Europeia e o modelo de acesso ao Mercado Único Europeu –, as vendas em Maio subiram 11,6%, ainda que no primeiro trimestre a subida das exportações tenha sido inferior à de França e Espanha.

Os países extracomunitários representaram 4638 milhões de euros nas exportações nos cinco primeiros meses do ano, um decréscimo de 906 milhões de euros em relação ao mesmo período do ano passado.

A crise em Angola, um dos principais destinos das exportações extra-UE, continua a fazer-se sentir nas relações comerciais com Portugal. Para o mercado angolano as vendas de bens caíram 42,5% em Maio, e as importações apresentaram uma quebra ainda mais significativa, de 99,7%. É o 17.º mês consecutivo em que as vendas para Angola estão a recuar, com as exportações a ficarem-se pelos 100 milhões de euros em Maio, menos 74 milhões do que no mesmo mês de 2015.

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