PSI 20 cai mais de 2% num dos piores desempenhos a nível europeu

Principais praças europeias fecharam em terreno negativo.

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Preocupações com o arrefecimento da economia mundial castiga bolsas Kai Pfaffenbach/Reuters

As praças europeias voltaram a fechar em terreno negativo nesta terça-feira, penalizadas pelos receios de abrandamento da economia mundial e Portugal não foi excepção. O índice de referência PSI 20 encerrou a sessão a perder 2,39% para 4.657,14 pontos, um dos piores registos entre as praças accionistas europeias. "Há um prolongar do sentimento negativo e da pressão vendedora, com os investidores a mostrarem receios quanto ao abrandamento das economias e à queda do preço das matérias-primas", realçou Gualter Pacheco, trader da GoBulling, citado pela Reuters.

Das 17 cotadas que actualmente compõem o PSI 20, 13 desvalorizaram, uma ficou inalterada face à véspera e as restantes três subiram. O BCP liderou as quedas ao baixar 6,43% para 0,0349 euros, seguido pela Portucel (-3,75% para 2,695 euros), pela Sonae (-3,54% para 0,926 euros), pela Pharol (-3,20% para 0,212 euros) e pela Galp Energia (-3,18% para 10,505 euros), elencou a Lusa.

O dia ficou também marcado pela subida dos juros da dívida soberana. A taxa das Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos agravou-se para 3,57%, atingindo um máximo dos últimos 15 meses, apenas superada pela grega que disparou 58 pontos para mais de 11%, enquanto a espanhola e italiana caíram. "Parece que Portugal está a ser visto novamente como o elo mais fraco da periferia. É uma questão estrutural, apesar de tudo o que foi feito a economia não cresce, o défice não desce e a dívida pública é ainda significativa", explicou à Reuters, Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.

Entre os principais mercados europeus, as perdas oscilaram entre os 0,83% de Frankfurt e os 2,75% de Milão. Os títulos do sector financeiro estiveram entre os mais castigados e o índice pan-europeu DJ Stoxx para a banca perdeu 4,6%, com os investidores a temerem que as taxas de juro baixas afectem a rentabilidade e a solidez dos bancos.

O  Deutsche Bank (DB) teve de divulgar um comunicado a garantir aos investidores que tem uma situação de capital forte e capacidade para pagar a sua dívida aos obrigacionistas. No ano passado, o maior banco alemão atingiu um prejuízo recorde de 6,8 mil milhões de euros, números que levaram alguns analistas a questionarem a solidez financeira da instituição e a sua capacidade de amortizar dívida. Os títulos do DB têm estado sob pressão e já desvalorizaram quase 20% desde o início do ano.

Num dia de perdas generalizadas nos mercados, o petróleo também esteve em destaque pela negativa. O barril de Brent caiu para 31,76 dólares e o de Nymex para 29,09 dólares, num dia em que a Agência Internacional de Energia veio dizer que a OPEP aumentou a produção em Janeiro e que o excesso de oferta de crude no mercado é maior do que o estimado.

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